João Morais, natural de Cabinda, foi vítima de um acidente de viação ocorrido em 2014, tendo, na ocasião, fracturado as costelas e a coluna. No mesmo ano, ficou internado no Hospital Provincial de Cabinda, mas a unidade não tinha condições para operá-lo, segundo os médicos. Já em finais de 2014, viajou para a República Democrática do Congo (RDC), onde foi operado. Por ter fracturado a costela do lado direito e a coluna, os médicos colocaram-lhe alguns aparelhos no organismo, que deviam ser retirados em 2017.
Depois de voltar para a terra natal (Cabinda), João, que já se encontrava desempregado, começou a ter dificuldades financeiras, o que condicionou o seu regresso à RDC, para poder continuar com o tratamento.
O jovem informou ao Novo Jornal que, em 2017, devia ser submetido a uma outra cirurgia, para a retirada de alguns aparelhos e finalização do tratamento, o que não aconteceu. Já passaram três anos, desde que terminou o prazo dado pelos médicos para retornar o tratamento. Hoje, João Morais queixa-se de muitas dores no corpo e dificuldades em urinar.
Sem condições financeiras para operar, utilizou as redes sociais para pedir ajuda à sociedade. O grito de socorro de João e da sua família tornou-se viral e foi partilhado por vários internautas, o que «pressionou» as autoridades locais a acudirem-no.
Governo promete transferi-lo para Luanda e apoiar tratamento
Após muitas partilhas e comentários no Facebook, o Governo da Província de Cabinda reagiu, esta semana, enviando uma ambulância à residência do jovem, que o transferiu para o Hospital Provincial de Cabinda, onde esteve em 2014. João Morais viu, outra vez, o sonho de estar curado do "binóculo", após ser informado da incapacidade técnica e medicamentosa da unidade hospitalar, para atender ao seu caso. Por esta insuficiência, o Governo local garantiu transferi-lo para Luanda, a fim de que, numa unidade hospital com melhores condições, possa receber os cuidados de que necessita.
Em conversa com este jornal, por via de uma chamada telefónica, a mãe do jovem, Maria Catarina, disse temer pela vida do seu filho, uma vez que se encontra doente há cerca de seis anos.
"Desde que o levaram para o hospital, ainda não recebemos boas notícias. Disseram que vão transferi-lo para Luanda, mas não sabemos quando. O meu filho está a sofrer muito. Por favor, peço às autoridades de Cabinda que nos ajudem o mais rápido possível", clamou a mãe da vítima.
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