A informação foi avançada ao NJOnline pelo director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço Penitenciário (GCII-SP), subcomissário Gomes Pinto, que afirmou que no estabelecimento prisional de Cavaco, para além dos 129 reclusos, estão igualmente infectados 27 funcionários com o mesmo problema.

Adiantou que por se tratar de um surto epidémico, a direcção dos Serviços Prisionais criou condições para contornar a situação com medidas de prevenção, como a lavagem constante das mãos e dos olhos com água e sabão, bem como a aplicação de colírios de acordo com as doses prescritas e sob orientação das autoridades sanitárias.

A conjuntivite viral é uma infecção da conjuntiva aguda, altamente contagiosa, geralmente causada por adenovírus, cujo período de incubação varia de cinco a 12 dias.

Posteriormente, aparecem os sintomas oculares que incluem dor, irritação, fotofobia e secreção aquosa, bem como olhos avermelhados, febres e dor de cabeça.

A doença é transmitida em contacto directo com as secreções de pessoas infectadas, através de toalhas de uso comum em casas de banhos e também em locais de maior aglomeração.

De acordo com subcomissário Gomes Pinto, este tipo de doença não é frequente nos estabelecimentos prisionais, "e as instituições prisionais, independentemente de haver surtos, têm o sistema de compartimentação de acordo com determinadas patologias que podem ser identificadas".

O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço Penitenciário (GCII-SP) disse também que os reclusos estão a receber visitas normalmente e que não podem ser impedidos de receber visitantes apesar de estarem contaminados.

O subcomissário salientou, no entanto, que muitos familiares participam, ajudando o recluso na aquisição de alguns fármacos de prevenção.

O responsável apelou à calma a todos as pessoas que têm os seus familiares e parentes internados nesses estabelecimentos prisionais, e assegurou que os Serviços Penitenciários estão atentos a todas as indicações do Ministério da Saúde.

"Todos estamos em regime de alerta. E providências estão a ser acauteladas para evitar que a situação se agrave. Há um controlo, que o estabelecimento tem, no sentido de evitar que esse problema se alastre por muito tempo", explicou.

De lembrar que, só em Benguela, o surto de conjuntivite viral que dura há três semanas está a afectar centenas de pessoas. No município sede foram registados 900 casos.

Em Luanda, os municípios do Cazenga, Viana, Cacuaco, Sambizanga e Belas são os mais afectados com a epidemia.