Os tripulantes de cabina da TAAG (Linhas Aéreas de Angola), que fazem a rota Luanda-Lisboa/Lisboa-Luanda, queixam-se de horas excessivas de trabalho, o que tem resultado numa "fadiga" que coloca em risco as suas integridades físicas e as dos passageiros, denunciam fontes do Novo Jornal.

Segundo contam, desde que a companhia de aviação de bandeira nacional retomou os voos comerciais, no final de Setembro último, onze a doze tripulantes de cabina têm feito 18 horas de voos no vaivém entre as duas capitais, sem que se observe o tempo recomendado para o descanso.

"Por norma, para esses voos, que fazemos 18 horas de trabalho, tínhamos que ir com uma tripulação reforçada, com pelo menos 20 tripulantes, mas estamos a ir e a vir com apenas 11 a 12. Não temos tido o descanso merecido", queixam-se os funcionários.

Alertam sobre o risco da situação para a integridade física dos tripulantes e dos passageiros durante as cerca de oito horas numa rota descrita como "agressiva", ao que se junta o "desgaste" no atendimento, "quase que constante", aos passageiros a bordo.

"Se houver uma situação de emergência no regresso a Luanda, com o cansaço ficará difícil gerir, por exemplo, uma evacuação. É que ficamos muito esgotados, por falta de compensação", observam.

Optando pelo anonimato, as fontes detalham que, não podendo serem acomodados em unidades hoteleiras em Lisboa, os tripulantes de cabina observam um relativo descanso ainda no interior das aeronaves, antes do regresso a Luanda.

"Não temos aquele descanso mínimo aceitável, porque só descansamos a bordo. Temos aí uma hora e meia a duas horas de descanso, o que não é satisfatório", descrevem, aborrecidas com o quadro.

Informam que a situação já é do conhecimento do Sindicato dos Tripulantes de Cabina da TAAG e da direcção da empresa, não tendo, entretanto, até ao momento, estas instituições reagido às preocupações apresentadas.

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