Inaugurado pelo Ministro das Finanças, Archer Mangueira e encerrado pelo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe, o VII Fórum Banca juntou hoje, em Luanda, mais de 700 pessoas, incluindo representantes da banca nacional e especialistas do sector.
Depois da abertura com Archer Mangueira, que defendeu a institucionalização da figura do supervisor financeiro em Angola, o evento prosseguiu com a intervenção de Altina Gonzalez, professora da Universidade Católica, que falou das tendências e modelos de supervisão bancárias para os mais de 700 participantes deste fórum que "tem como objectivo apontar caminhos, sugerir procedimentos, atitudes e comportamentos, contribuindo para a afirmação em Angola de bancos sólidos e sustentáveis para o financiamento da economia, ajudando à criação de emprego e geração de riqueza".
Já Henrique Dambi, supervisor da direcção de organização do sistema financeiro do BNA, falou sobre a experiência angolana no que respeita à regulação e supervisão bancárias.
Seguiu-se um período de debate, em mesa redonda moderada pelo director do jornal Expansão, Carlos Rosado, e com a participaçãpo de Fernando Marques Pereira, PCE do Caixa Angola, Fernando Teles, PCA do BIC, Inokcelina Santos, administradora executiva do BAI e Ricardo Viegas D"Abreu, PCA/PCE do BPC.
De destacar, como conclusões deste fórum, "a mudança de paradigma, com o assumir da necessidade de adaptar o sistema financeiro angolano às regras internacionais", segundo Carlos Rosado.
Por sua vez, Ricardo D' Abreu, PCA do BPC assinalou o atraso na implementação dos normativos internacionais de regulação e supervisão, enquanto Fernando Teles, PCA do BIC, considerou que a regulação e supervisão bancária internacional é muito exigente, inviabilizando o seu cumprimento por parte dos pequenos bancos que operam em Angola.
Fernando Teles acrescentou que "Angola precisa de investir na agricultura e na pecuária, para que as divisas que gastas na importação desses produtos sejam disponibilizadas para outros sectores".
O PCA do BIC recordou ainda que, "no tempo colonial, Angola não vivia do petróleo".
Em jeito de remate, Fernando Marques Pereira, do Caixa Angola, partilhou um lamento, que contou com o assentimento dos outros especialistas convidados e de boa parte da assistência: "Poucas divisas, pouca liberdade".
No encerramento deste fórum, Valter Filipe, governador do BNA, quis deixar uma "reflexão": "Angola está a viver um novo ciclo, que deve ser virtuoso, regular e supervisionado se quiser recuperar credibilidade internacional", criar um "um serviço bancário ao serviço do povo" e "dar robustez à banca comercial".
O responsável terminou com um recado aos angolanos com divisas no estrangeiro: "Ao fazerem isso, estão a prejudicar o País e as famílias angolanas".