Segundo a ENDE, os gestores destes "PTs" não têm estado a honrar os seus compromissos relativamente à dívida.

Ao Novo Jornal, o administrador executivo da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade, Lauro Fortunato, explicou que os gestores dos "PTs" não têm prestado um bom serviço, no que toca ao fornecimento e à qualidade da energia, à população, que no final do mês paga cara a energia.

"Para salvaguardar o bem-estar das famílias, a ENDE criou um procedimento interno, que já está em curso para a desactivação destes PTs, que passarão para a esfera pública da ENDE", avançou Lauro Fortunato.

Segundo a ENDE, mais de 10 postos de transformação, no bairro do Dangereux, município do Talatona, em Luanda, foram desactivados e já estão sob a esfera da empresa pública.

Nos próximos dias, o mesmo procedimento vai ocorrer no Benfica, em Luanda, nos Zangos 1, 2 e 3, assim como em Catete, na província do Icolo e Bengo.

Conforme Lauro Fortunato, a energia eléctrica nestas zonas, assim quando os "PTs", vão passar para a ENDE, que vai melhorar a distribuição e qualidade da energia.

Segundo a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade, o processo da desactivação dos "PTs" é bastante célere e o objectivo é desafogar as famílias, que dependem dos postos de transformação privados.

Ao Novo Jornal, a ENDE reconhece que as famílias que dependem da energia dos privados são muitos prejudicadas.

"Os gestores praticam o preço que querem, porque a actividade não está regulamentada e tratam mal aos clientes", afirmou o administrador executivo da ENDE, que avançou ao Novo Jornal que "à medida que que a ENDE for assumindo os PTs, vai melhorar a qualidade da energia, e, nas zonas em que a energia tiver qualidade, irá instalar o sistema pré-pago".

Ao Novo Jornal, a ENDE afirma que um dos grandes objectivos é que essas famílias tenham luz elétcrica regular e paguem ao Estado, também regularmente, os preços regulamentados.

O Novo Jornal soube, a título de exemplo, que a população do bairro do Dangereux, no Tatatona, após passar para a esfera da ENDE, diz que respira de alívio, por conta de o preço ser inferior ao praticado anteriormente pelo gestor privado.

Entretanto, as familais que dependem dos "PTs" relatam má qualidade do serviço, com oscilações de energia e quebras frequentes devido à falta de manutenção e sobrecarga.

Porém, apesar dos gestores dos "PTs" exercerem uma activiade não regulamentada por Lei, acabam por suprir uma grande necessidade social das famílias nos bairros onde a rede da ENDE não chega.