A implementação do Plano Estratégico de Resposta ao VIH/Sida 2023-2026 necessita um investimento de 145 milhões de dólares, anunciou a assessora de informação estratégica da ONU-Sida em Angola, Isabel Daniel.

Citada pela Radio Nacional de Angola (RNA), à margem do II Congresso Internacional sobre a Resposta ao VIH em Angola, que iniciou esta quinta-feira, 02, em Luanda, Isabel Daniel, acrescentou que o país conta actualmente com apenas 35 milhões de dólares para atender à demanda.

Na sua opinião, hoje em dia, muitas actividades não são implementadas por falta de recursos.

Alertou que 80% dos municípios de Angola têm largas populações sexualmente activas, maioritariamente jovens, incluindo grupos em situação de vulnerabilidade como os envolvidos no trabalho sexual, considerados de alto risco para infecção pelo vírus.

"É fundamental assegurar programas de educação sexual abrangentes e a disponibilização de pacotes de prevenção para a população em geral", frisou salientando que os estudos de indicadores múltiplos de saúde apontam para o início precoce da actividade sexual, a partir dos 14/15 anos.

Segundo ela, as províncias da região Leste de Angola apresentam os maiores índices de VIH.

Neste II Congresso foi anunciado que o Instituto Nacional de Luta contra a Sida (INLS) prevê introduzir em Angola o Lenacapavir, medicamento injectável recentemente lançado pela farmacêutica americana Gilliard para prevenção e tratamento do HIV/SIDA.

Segundo a instituição, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou recentemente o uso do novo medicamento para a prevenção e tratamento, após estudos demonstrarem eficácia elevada na redução de infecções em pessoas consideradas de alto risco.

Este fármaco é administrado em apenas duas doses anuais, refere a instituição, salientando que, inicialmente, tinha um custo de 40 mil dólares por pessoa, mas após negociações entre a Organização das Nações Unidas e a empresa, o preço foi reduzido para 40 dólares por paciente.

O Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA iniciou esta quinta-feira, 02, o II Congresso Internacional de resposta ao VIH em Angola.

O evento terá como objectivo reforçar o compromisso do país na eliminação da SIDA como problema de saúde pública, celebrando também os 20 anos da instituição que este ano coincide com os 50 anos de Independência Nacional.

Sob o lema "Ciência na Prevenção e Tratamento do VIH", a nota reforça que o congresso surge num momento em que Angola celebra progressos significativos, mantendo uma das taxas de prevalência do VIH mais baixas da região subsariana (estimada em 1,6%).

O II Congresso Internacional que termina sexta-feira, 03, reúne vários participantes como investigadores, profissionais de saúde, decisores políticos, organizações da sociedade civil e parceiros internacionais.

Refira-se que em Angola, 370 mil pessoas vivem com VIH/Sida e que a taxa de prevalência é de 1,6%, representando uma redução em relação a 2015, quando se situava nos 2%.

A doença continua a ser um desafio de saúde pública, sobretudo entre jovens dos 15 aos 24 anos e na população adulta.