No documento enviado ao NJOnline, o MinFin explica que a visão do Executivo é oposta à que Sílvio Burity demonstrou quando, no passado fim-de-semana, em Waku Kungo, disse que os combustíveis subsidiados não são sustentáveis por se tratar de uma despesa permanente.
Na mesma ocasião, num encontro com empresários agrícolas do Kwanza Sul, o chefe da AGT apontou como alternativa a criação de condições para levar a energia eléctrica aos locais onde hoje estão a ser utilizados combustíveis subsidiados na agricultura.
Isto, embora o Governo já tenha afirmado, em Abril deste ano, como o NJOnline noticiou, que os subsídios na área da agricultura e pescas eram para manter.
O MinFin sublinha que estas declarações de Burity, que foram noticiadas pela Angop no Domingo passado, tiveram um "impacto mediático" que "vem suscitando algumas dúvidas" e que, por isso, "importa esclarecer", sendo claro que estes apoios estatais são para manter.
Isto, porque, explica o documento, "a política do Executivo sobre esta matéria é muito clara" e o entendimento é que os subsídios aos combustíveis "representam um estímulo importante para o fortalecimento do sector produtivo do país, para o aumento da produção nacional, do emprego e por conseguinte da melhoria da qualidade de vida das populações".
Embora sem explicitar a quais os subsídios se destinavam a afirmação, o FMI, no âmbito do programa de assistência financeira a Angola, no valor de 3,7 mil milhões USD a pagar em múltiplas tranches, já afirmou que o país vai ter de abandonar a sua política de subsidiação aos combustíveis, embora seja conhecido que a gasolina e o gasóleo vendidos em bomba chegam aos depósitos das viaturas de todos os automobilistas com um preço muito abaixo do custo, e que é o Estado, através da Sonangol, que paga o excedente.
Tanto o FMI como o Executivo já deixaram claro que este subsídio generalizado vai acabar em breve, mas permanece em dúvida qual a posição do FMI- a do Executivo é bem conhecida e é para serem mantidos - sobre a sua manutenção para os sectores da agricultura e das pescas.