Neste dia, eleger-se-ão 230 deputados, pelos vinte círculos eleitorais do continente, mais dois círculos das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, a que se acresce ainda os círculos da Europa e fora da Europa.

No período que antecedeu a campanha eleitoral, iniciada a 4 de Maio, os canais generalistas das televisões promoveram debates (frente a frente) com os responsáveis dos partidos ou coligações de partidos com assento parlamentar.

No dia 6 de Maio, o debate envolveu todos os representantes dos partidos com assento parlamentar e, no dia 8, os representantes dos partidos que não têm assento parlamentar.

Durante a campanha, decorrerão debates radiofónicos, registando-se que, em função do número de eleitores inscritos, os que elegem mais deputados são os círculos eleitorais de Lisboa (48), Porto (40), Braga e Setúbal (19 cada), Aveiro (16), Leiria (10) e os que elegem menos são os da Europa e de fora da Europa (2 cada um).

Os comentadores que avaliaram os vários debates dos responsáveis partidários concluíram que, em média, o que teve melhor prestação foi Pedro Nuno Santos, do Partido Socialista (PS).

Isso não significa que este partido seja o mais votado, como eleições anteriores comprovam.

Na análise generalizada que se fez, há a ideia de que os partidos de direita, no caso a Aliança Democrática, a Iniciativa Liberal e o Chega, terão no conjunto mais deputados que os partidos de esquerda, que actualmente são o PS, o Livre, o Bloco de Esquerda (BE), o Partido Comunista Português (PCP) e o Partido dos Animais e das Natureza (PAN).

Sucede que, nas recentes eleições na Alemanha, a formação do novo governo rejeitou qualquer hipótese de coligação com a AFID (Alternativa para a Alemanha), de extrema-direita, apesar de ter ficado em 2.º lugar com 20,8% dos votos.

Daí que, o líder da CDU alemã (União Democrática Cristã), de Friederich Merz, partido que saiu vencedor com 28,6% de votos, tenha chegado a acordo com o SPD (Partido Social Democrata) que alcançou 16,4% dos votos e com os partidos "Verdes", com 11,6%, para formação do novo governo e não com a AFID.

À semelhança do que ocorreu no governo anterior em Portugal, também a AD, se sair vencedora, rejeita coligar-se com o Chega, partido de extrema-direita como a AFID.

Isto conduz à conclusão, caso a AD saia vencedora, uma eventual coligação de direita para formação do novo governo só terá lugar com a Iniciativa Liberal, dada a exclusão do Chega.

É de salientar que, após os serviços secretos da Alemanha terem recentemente considerado a AFID um "comprovado caso de extrema-direita", passando os seus dirigentes a serem objecto de investigação e abrindo caminho à própria ilegalização da AFID, dois responsáveis da administração americana insurgiram-se contra esta avaliação dos serviços secretos alemães.

Elon Musk, responsável da administração Trump para a Eficiência governamental, não se coibiu de afirmar que a eventual ilegalização da AFID, que denomina de "partido centrista," é um ataque à democracia da Alemanha.

Também Marc Rubio, Secretário de Estado norte americano, acusou a Alemanha de "traição disfarçada" na esteira do que o Vice-Presidente americano, J.D. Vance, declarou na recente visita que fez a Berlim.

Estranho - ou talvez não - este conceito de Democracia da nova administração americana, que convidou o líder do Chega para a tomada de posse de Trump e considera a AFID um partido "centrista".

E porque em política "o que parece é" os aliados de ontem são para Trump adversários de hoje, com o mundo de pernas para o ar, com Trump a apoiar partidos de extrema direita e dinamizando relações de proximidade com governos autocráticos.n