No comunicado, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social diz ter tomado conhecimento "de uma matéria veiculada por uma estação de televisão portuguesa na última terça-feira", e pede à estação, "que afirma levar a cabo uma investigação sobre o assunto, que partilhe com as autoridades angolanas as informações de que tenha conhecimento e que possam facilitar a localização das referidas crianças, para que sejam salvas".

"Para qualquer cidadão angolano que conhece o valor da solidariedade, as imagens apresentadas são chocantes e exigem uma pronta intervenção", lê-se na mesma nota.

No entanto, o Governo afirma também que os dados na sua posse revelam que, "em princípio, tal situação não corresponde à verdade"

De acordo com a televisão SIC, a associação que fez a denúncia recusou dar a localização do barracão e não contactou qualquer organização ou entidade angolana.

Na página da associação portuguesa no Facebook multiplicam-se os pedidos para que seja revelada a localização do barracão referido na reportagem, contudo, um membro da Pedacinho do Céu tem respondido que "a localização não foi divulgada na reportagem por questões de segurança, mas uma ONG portuguesa já foi contactada para prestar toda a ajuda necessária incluindo cuidados médicos", sem revelar, no entanto, qual a Organização não Governamental contactada.

Nas redes sociais circula já uma petição em que é exigida acção imediata das organizações locais e internacionais para localizar e salvar as 200 crianças, bem como uma investigação da responsável pela associação evangélica Pedacinho do Céu, em Olhão, assim como de Hélder Silva, um angolano que na reportagem pede ajuda para as crianças, sem, no entanto, revelar onde está o barracão.

Em Angola, a desnutrição está relacionada com 45 por cento das mortes infantis. Dados do Ministério da Saúde mostram que, nos últimos três anos, a fome matou mais de 7.880 crianças menores de cinco anos.