Num comunicado conjungto, a UNITA, a CASA-CE e o PRS, para além de considerarem que "os motivos das reivindicações na Lunda Norte são por todos conhecidos: a falta de tudo o que é básico para a sobrevivência humana, nomeadamente, água potável, energia eléctrica, alimentação de qualidade, educação de qualidade, assistência médica e medicamentosa de qualidade, emprego, salários compatíveis com o custo de vida, que é dos mais caros do País, estradas...", condenam o que se está a passar com os deputados que integram a caravana que saiu de Luanda na segunda-feira e foi impedida de entrar na vila mineira de Cafunfo, situação que, segundo os grupos parlamentares, "para além de ser uma humilhação para membros de um Órgão de Soberania, é um atentado à dignidade, aos direitos humanos e uma forte violação à lei fundamental da República de Angola".

"Num verdadeiro estado de direito as instituições são regidas por regras e princípios jurídicos e não por ordens superiores, sejam elas de quem for", lê-se no comunicado, onde se acrescenta que "numa verdadeira democracia, os eleitos do povo, tal como os cidadãos têm o direito de livre circulação, mas para os Deputados essa liberdade é extensiva aos locais públicos de acesso reservado ou condicionado, nos termos da lei".

"Pelo comportamento pouco digno, quer do Ministro do Interior, quer do Comandante Geral da Polícia Nacional, ambos deviam colocar os seus cargos à disposição, por terem prestado um mau serviço à democracia e à paz, já por si só frágeis, ou na eventualidade não terem essa decência, o Titular do Poder Executivo exonerar estes seus auxiliares, por prestarem um mau exemplo aos agentes, aos cidadãos, no que ao cumprimento da Constituição e da lei diz respeito", defendem os grupos parlamentares da UNITA, da CASA-CE e do PRS, que "exigem a reposição da ordem e do direito dos deputados e apelam ao Executivo que sejam incondicionalmente autorizados a entrar na Vila do Cafunfo, exercendo a sua actividade parlamentar junto do eleitorado".

Adalberto Costa Júnior também reagiu, através de um comunicado, à retenção dos cinco deputados à entrada de Cafunfo, dizendo que a situação é "a confissão clara do massacre praticado" e a ocorrência de "operações de limpeza" na zona.