"Zeca Mutchima não está desaparecido. Encontra-se nas celas do Serviço de Investigação Provincial de Luanda. Eu tive contacto pessoal com ele", disse ao Novo Jornal Salvador Freire dos Santos, quando reagia a informações postas a circular nas redes sociais segundo as quais Zecamutchima estaria desaparecido.

"Falei com ele e está de saúde apesar de viver problemas de tensão arterial alta e de sofrer de problemas respiratórios sendo asmático", acrescentou o advogado, reconhecendo que "ficou alguns dias sem o seu contacto".

De acordo com o advogado, "até agora não lhes foi dito pelas autoridades ligadas ao SIC Luanda ou SIC Geral quando vai ser transferido para a província da Lunda Norte, para lá ser interrogado dos crimes de que vem sendo acusado" como foi anunciado após a sua detenção.

"Estamos a aguardae que esse dia chegue e naturalmente aguardando a comunicação do SIC Geral da partida do nosso constituinte para a Província da Lunda Norte", concluiu.

O líder do "Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe", Zecamutchima será transferido para a província da Lunda Norte, onde vai continuar o processo de investigação sobre a sua alegada participação na alegada "rebelião armada", segundo a polícia, no dia 30 de Janeiro na vila do Cafunfo, mera "manifestação pacífica", de acordo com o Movimento.

O mandato de detenção de Zecamutchima foi emitido pelo magistrado do Ministério Público na província da Lunda Norte, para onde será transferido.

Recorde-se que no dia 30 de Janeiro, o Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwé pretendia realizar uma manifestação na vila do Cafunfo, município do Cuango, para exigir o reconhecimento da autonomia das Lundas, acto que foi proibido pelas autoridades locais e reprimido pelas forças de segurança, que alegam ter reagido a uma "rebelião armada" com tentativa de invasão de esquadra.

Dessa acção, que envolveu várias dezenas de pessoas, e que o Movimento garante ter-se tratado de uma manifestação desarmada e pacífica, resultaram várias mortes, seis, segundo o Governo, pelo menos 23, de acordo com o Movimento e 25, segundo um grupo de deputados da oposição que investigou o episódio de violência no Cafunfo.