Com João Lourenço seguiram para os EUA a primeira-dama, Ana Dias Lourenço, e uma comitiva de homens de negócios, jornalistas e membros do seu Executivo, alguns dos quais já estão, há dias, em Washington à sua espera, depois de a visita ter sido preparada atempadamente com os olhos postos, além das questões diplomáticas, na "venda" do potencial de investimento do País, sendo os recursos naturais postos a descoberto pelo Plano Nacional de Geologia (Planageo) um dos pilares em que foi assente esta estratégia.

No início desta jornada por terras americanas, João Lourenço vai estar, segundo informou previamente a Presidência, na gala anual da Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente (ICCF), onde vai intervir na presença de figuras da política dos EUA e de outros países.

Mas é a seguir, ainda na capital política da maior potência económica do mundo, que o Presidente angolano vai ter um dos momentos altos deste périplo, porque, sendo a atracção de investimento externo uma das fortes apostas da sua estratégia económica, e com o sector dos petróleos a atravessar uma fase de declínio, o Chefe de Estado e a sua equipa apostarão agora no potencial mineiro do país, com destaque para as áreas postas a descoberto pelo Planageo, que, mesmo ainda não estando concluído, tem sido protagonista principal da diplomacia económica nacional.

A agricultura, onde Angola, com as suas extensas e densas bacias hidrográficas, terras aráveis como existem em poucos cantos do mundo, e o turismo, com forte potencial na parte austral do continente africano, pode dar cartas, fazem ainda parte do "arsenal" com que João Lourenço vai tentar vencer a batalha do convencimento dos homens de negócios norte-americanos para investirem em Angola.

Isso, na mesa redonda sobre investimentos em Angola, sob iniciativa da Câmara de Comércio Estados Unidos da América-Angola, onde João Lourenço falará aos empresários norte-americanos.

Ainda em Washington, o Presidente da República irá ao Capitólio (Congresso), onde tem agendada uma reunião com Nancy Pelosi, a líder democrata da Câmara dos Representantes, uma das figuras mais influentes da política dos EUA.

João Lourenço, que só parte para Nova Iorque na quarta-feira, segundo a sua agenda oficial, tem ainda uma visita agendada ao Museu de História Afro-Americana, em Washington, onde deverá estar com elementos da sociedade norte-americana ligados à comunidade afro-americana descendente de escravos que saíram de Angola há mais de 4 séculos.

Para a fase de Nova Iorque deste périplo, onde João Lourenço chega na quarta-feira, o ponto alto é a sua intervenção no dia seguinte, na AG da ONU, a 76ª, que retoma a actividade presencial depois de a 75ª ter sido via vídeo-conferência por causa da pandemia da Covid-19.

Nesse dia, 23, quinta-feira, a agenda das intervenções colocou João Lourenço a falar pera o mundo na parte da manhã, sendo o 5º a falar, depois dos seus homólogos da África do Sul, Guiana, Botsuana e Cuba.

E, como é comum nestas andanças, durante o tempo em que estiver em Nova Iorque, no âmbito da 76ª AG da ONU, o Presidente João Lourenço e a sua equipa diplomática manterão uma agenda de contactos que não foi fornecida porque, como sucede sempre, ela é decidida face às oportunidades que vão sendo criadas quase ao minuto.