Os dois únicos postos de venda anunciados pela Federação Angolana de Futebol (FAF) não parecem estar a conseguir dar resposta à procura, o que está a fazer com que várias pessoas passem a noite nesses locais para conseguir ingressos, apurou o Novo Jornal.
A dificuldade no acesso aos ingressos está a fazer com que muitos cidadãos julguem que os bilhetes estão esgotados, facto já desmentido pela FAF, que diz que ainda há bilhetes para serem comercializados.
Fortunas feitas na "candonga"
No entanto, a Federação Angolana de Futebol reconhece constrangimentos e diz que estar a fazer tudo para atender o maior número de pessoas possível, para assistir ao jogo enquanto na "candonga" já há ingressos que custam oficialmente 1.500 Kz a serem vendidos a 10 mil e a 15 mil kz.~
Esta semana, o Novo Jornal radiografou os dois postos de venda de bilhetes para o jogo entre Angola e Argentina, na Cidadela Desportiva e na sede da FAF, na Urbanização Nova Vida, e constatou as enchentes e a procura massiva de bilhetes.
Estes foram postos à venda ao público no sábado, 08, e logo nas primeiras horas havia uma procura nunca vista nos dois pontos de venda.
Há quem tenha adquirido mais de 50 bilhetes de uma só vez nos dois primeiros dias de venda, isto é, no sábado e no domingo, que agora começam a surgir no "mercado" paralelo a preços exorbitantes, alguns a mais de 10 mil kz, e estes valores, apurou o Novo Jornal, podem mesmo chegar aos 100 mil kz nas horas antes da entrada em campo de Lionel Messi.
Na segunda-feira, 10, sem qualquer explicação aparente, como constatou o Novo Jornal, a FAF não colocou à venda bilhetes, o que deixou enfurecidos centenas de adeptos do futebol que lutam para conseguir um ingresso.
A comercialização dos bilhetes, segundo a FAF, retomaria na terça-feira, 11, em local e horário a indicar, mas tal comunicado não foi feito até agora.
No Estádio da Cidadela o cenário é igual ao da sede da Federação Angolana de Futebol no Nova Vida, onde muitas pessoas acorrem para conseguir um ingresso.
Ao Novo Jornal, vários cidadãos denunciaram que os bilhetes colocados à venda ao preço oficial de 1.500 kz, estão a ser comercializado a 10.000 kz ou mais fora dos postos de venda.
Nelson Domingos André, Ricardo Damião, Octávio Fernando, três adeptos do futebol com quem o Novo Jornal conversou no Estádio da Cidadela, disseram que estão desde o passado sábado a tentar comprar ingressos para assistir ao jogo, mas não conseguem.
Segundo estes adeptos, quem chegar às 06:00, vai receber ou encontrar fichas de "inscrição" para perto do número 800.
Outros adeptos contaram que estão a passar a noite nos postos de venda para conseguirem o tão desejado bilhete, o que está difícil.
Governo não revela quanto custou a vinda a Angola da selecção argentina
Não é segredo para nenhum angolano que o Executivo gastou milhões de dólares para a recepção da selecção da Argentina, mas o Estado, através do Ministério da Juventude e Desporto, não aceita dizer quanto custou aos cofres do Estado a vinda da selecção de Messi para este amistoso.
Em entrevista à TV Zimbo, o ministro da Juventude e Desporto, Rui Falcão, não aceitou dizer quando custou a vinda da secção Argentina, mas realçou que o Estado vai cobrir as despesas da deslocação e alojamento da selecção campeã do Mundial 2022.
Em alguns media internacionais está a ser noticiado que a selecção argentina recebe 6 milhões USD e só a sua maior estrela. Lionel Messi, vai receber 12 milhões.
Secreta atenta ao jogo para tentar evitar protestos
Nas redes sociais, vários cidadãos dizem já saber qual é a mensagem que levarão para o Estádio 11 de Novembro, "tenemos hambre", em espanhol, ou "temos fome", em português.
Face a este cenário, o Novo Jornal soube que a nível dos órgãos de defesa e segurança a atenção é máxima, para não permitir que haja protestos comprometedores durante a partida, sendo a missão maior evitar o que sucedeu no jogo da final do Afrobasket.
O Novo Jornal sabe que as forças de segurança já têm um forte esquema de vigilância para não apenas dissuadir os protestos organizados como eventualmente retirar ou impedir o acesso ao Estádio de alegados desestabilizadores.
Além da presença física de milhares de agentes da Polícia Nacional, a "secreta" tem uma operação em curso para, com o mínimo de perturbação, desviar os eventuais agitadores ao longo do percurso, usando para isso, além dos agentes no terreno, as centenas de câmaras de vigilância do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), além das outras "invisíveis".

