A informação foi avançado esta quarta-feira, 13, ao NJOnline pelo primeiro secretário sindical da Elisal, Ventura Luciano, que garantiu que, caso não sejam resolvidas as reivindicações, a greve vai-se estender, nos próximos dias, ao aterro sanitário dos Mulenvos, onde é recolhido todo o lixo produzido na cidade e província de Luanda.

"Estamos paralisados desde o dia 9, e, sem que a entidade empregadora se pronuncie, nós não vamos levantar a greve, e isso pode evoluir até ao aterro", disse o líder sindical.

Segundo Ventura Luciano, ontem (terça-feira) uma delegação do GPL deslocou-se ao local e reuniu com a comissão de gestão da empresa, sem, no entanto, prestar quaisquer explicações à comissão sindical.

O não cumprimento do que terá sido acordado com o GPL, depois da última paralisação, a 24 de Outubro, é o principal motivo desta paralisação, que já dura há cinco dias.

De acordo com o primeiro secretário sindical da Elisal, os funcionários da Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda não querem passar a receber os salários, sempre com atrasos de um e dois meses.

De recordar que, no mês passado, a comissão de gestão da Elisal, coordenada pela vice-governadora de Luanda para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Elisabeth Rafael, que tem na sua posse o caderno reivindicativo dos trabalhadores, assinou um acordado com a comissão sindical dos trabalhadores e ficou lavrado que os salários seriam pagos no final de cada mês, aspecto que não está a ser cumprido.

"Vivemos com sucessíveis atrasos salariais, desde 2014, e a nossa luta é reduzir os atrasos. E ficou acordado, no mês passado, que nos dias 31 de cada mês os salários são pagos aos funcionários e isso não aconteceu", disse o responsável da comissão sindical que acrescentou: "Isso gerou uma insatisfação nos trabalhadores que deixaram de acreditar nas promessas do padrão".

Esta é a terceira paralisação registada na empresa estatal Elisal. A primeira foi em Agosto, numa decisão que surgiu em função do facto de a então direcção ter a pretensão de liquidar apenas a dívida dos ordenados do mês de Junho, violando um dos pontos constantes no caderno reivindicativo.

A segunda foi há pouco menos de um mês (na foto), onde o Governador Provincial de Luanda, Sérgio Luther Rescova, se deslocou ao local para acalentar os ânimos dos mais de 300 trabalhadores que se encontravam em frente à sede da empresa a reivindicar o pagamento do mês de Setembro e melhorias de condições laborais.

Em função desta paralisação, o Município do Cazenga, área de actuação da Elisal, está com os contentores repletos de lixo, uma situação que preocupa os munícipes, face às chuvas que Luanda tem registado ultimamente.

O NjOline contactou a comissão de gestão da Elisal mas esta alega não ter autorização para prestar declarações à imprensa.