A ré conta que antes do início da sessão de hoje o general lhe fez uma espera à porta da casa-de-banho para tentar persuadi-la a mentir em tribunal.

Perante o juiz, Márcia Alfredo alegou ainda que recebeu dinheiro da mão de quatro candidatos e que cada um deles lhe entregou 300.000 kz. Esse dinheiro, segundo a ré, foi entregue em mão ao comissário.

Também segundo a ré, o contacto entre ela e o comissário nada teve a ver com a irmã, tendo sido "directamente contactada pelo general".

Já a ré Elsa Maria, agente da Polícia Nacional disse em tribunal que o comissário Massota ameaçou a ré Elizandra Tomás por esta a ter levado até ao seu gabinete para lhe perguntar sobre a devolução do dinheiro aos candidatos que acharam que o tempo de espera para entrar na corporação já era demasiado.

Disse ainda ao juiz que teve de tirar dinheiro do seu próprio salário para fazer a devolução dos valores aos 17 candidatos, tendo entregado, até à data, 1, 9 milhões de kwanzas e acrescentando que ainda continua a pagar a divida.

Segundo a ré, "desde o encontro com o comissário Massota, ele ainda não deu nenhum dinheiro".

O julgamento do comissário Massota foi retomado na segunda-feira, 23 de Julho, após de 27 dias, e depois de a audiência de 27 de Junho ter sido cancelada pelo tribunal devido a uma indisposição de Francisco Massota.

De acordo com a acusação do Ministério Público, estão arrolados no mesmo processo, o intendente Veloso Francisco Moisés, a sub-inspectora Elsa Maria Manuel Neho, o sub-inspector Belchior Kssendala Venda, bem como os agentes Elizandra Alfredo Tomás e Márcia Alfredo Crispim.

Os crimes ocorreram em Setembro do ano passado e o julgamento está a decorrer nas instalações do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais "Osvaldo Serra Van-Dúnem".