Ainda em fase de testes, o primeiro satélite angolano, AngoSat-1, lançado a 26 de Dezembro último, será avaliado no próximo mês de Abril, etapa decisiva para determinar se as falhas entretanto reportadas comprometeram o seu desempenho. Neste caso, Angola poderá exigir a substituição por um novo aparelho sem qualquer encargo adicional, antecipa a imprensa russa.

A informação é avançada pelo jornal russo "Kommersant", que cita uma das cláusulas do contrato que enquadra o negócio, assinado entre o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e a Rosoboronexport, empresa russa responsável pelas exportações militares do país.

Segundo o acordo, o Angosat-1 está coberto por um seguro de 121 milhões de dólares - valor assumido em partes iguais pelas empresas SOGAZ e VTB - montante suficiente para garantir a sua construção sem nenhum rombo nas contas da RSC Energia, empresa que lidera o consórcio russo responsável pela construção do engenho.

Embora os 121 milhões de dólares sejam quase metade dos 320 milhões investidos por Angola no AngoSat-1, a verba deverá ser suficiente para garantir o AngoSat-2, calcula a imprensa russa, tendo em conta que as despesas com as infra-estruturas já foram realizadas.

Os receios de um fracasso do AngoSat-1 aumentaram em meados de Janeiro, com relatos de problemas com a fonte de alimentação.

Já depois desse desenvolvimento, o satélite angolano voltou a ser notícia na América do Sul, devido a um raro fenómeno cósmico.

Essa informação foi entretanto desvalorizada pelo ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, que a classificou de "duvidosa".

"Nós temos uma fonte oficial, que é nossa contraparte russa, e ela diz-nos que o satélite está em órbita, portanto, em Abril, em função do contrato, nós teremos de facto uma análise final do estado de saúde do satélite", disse o governante, sublinhando que o processo está a ser devidamente monitorizado.