Segundo os visados, uma parte concluiu a formação em finais de Julho, mas a maioria só termina em finais de Novembro.

"No entanto, o INAGBE deixou de pagar a bolsa a todos os formados por pensar que todos terminaram em Julho e que devem voltar ao País", referem.

Há estudantes ainda em formação que receberam do INAGBE o bilhete de avião para o regresso a Luanda.

Segundo o INAGBE, a guia de marcha dada pelas universidades portuguesas, em 2023, referia que a formação terminaria em Julho de 2025.

Ao Novo Jornal, os bolseiros dizem que houve alterações no programa e que várias universidades portuguesas, como a do Porto, por exemplo, emitiram um documento individualmente para que cada bolseiro o apresentasse ao INAGBE a informar que a entrega final da dissertação iria até ao final de Setembro e que a formação seria concluída em finais de Novembro, com a fase da defesa.

Segundo estes bolseiros, mesmo após darem a conhecer ao INAGBE essa informação, a instituição simplesmente cortou a bolsa em Julho.

Ao Novo Jornal, os estudantes dizem que estão entregues à própria sorte para conseguirem concluir a formação em finais de Novembro, visto que o principal objectivo é regressar ao País com a formação completa.

"O objectivo do Governo era supostamente formar e ver os estudantes formados a regressarem no país formados, mas infelizmente nos abandonaram", contou ao Novo Jornal um bolseiro de doutoramento, que solicitou anonimato.

Os bolseiros asseguram que cada universidade em Portugal tem o seu programa, e muitos têm a defesa da dissertação marcada para o final do ano.

Vale recordar que o programa de envio anual de 300 licenciados angolanos para as melhores universidades do mundo está suspenso desde 2024, segundo o Governo angolano, por razões financeiras, mas essa suspensão não abrangeu os bolseiros enviados antes da interrupção, ou seja, os de 2023.

Sobre o assunto, o Novo Jornal ouviu a direcção do INAGBE, que refutou as acusações.

Domingos Dembi Canguengue, director da instituição, disse que não é verdade que a instituição tenha cortado as bolsas aos bolseiros em Portugal, nesta condição.

Segundo Domingos Dembi Canguengue, a bolsa é a atribuída em função da calendarização da universidade do País onde o estudante esteja a fazer a formação, e não é prorrogável, conforme o seu regulamento.

Conforme o INAGEBE, na fase da atribuição da bolsa, as universidades entregam aos estudantes a calendarização da formação, em guia.

Ao Novo Jornal, o director do INAGABE assegurou que para a maior parte dos estudantes em Portugal no curso de doutoramento a bolsa de estudo é de dois anos e a instituição está apenas a cumprir que as normas.

Domingos Dembi Canguengue reconheceu que há bolseiros de mestrado, pós-graduação e doutoramento que têm a defesa para o final de ano, embora já tenha passado o período de duração da bolsa, e, no caso destes, o INAGBE está a fazer o acompanhamento para a conclusão final da formação.