Lá se foi o tempo em que arrendar uma residência era um fenómeno acessível ou "sol de pouca dura". Hoje, conseguir "um doce lar" para a família constitui uma "dor de cabeça" para os cidadãos que queiram viver na capital do País, Luanda, constatou a equipa de reportagem do Novo Jornal, numa ronda efectuada há dias.

Os intermediários, tratados por "mixeiros" por alguns, que, à partida, embora ilegais, entraram para o negócio como facilitadores na compra, venda ou arrendamento de imóveis (casa, escritório, terrenos, quintas, armazéns e outros), a troco de uma comissão por parte do senhorio, que varia entre 10% a 20% do preço total do imóvel.

Entretanto, actualmente, intermediários há que mudaram de estratégia, passando a "obrigar" os inquilinos a pagar pelo serviço prestado, numa escala igual ao preço da moradia em questão.

Dito de outro modo, o cliente que quiser arrendar um imóvel avaliado em 80 mil kwanzas/mês, que em seis meses perfaz 480 mil Kz, deve, obrigatoriamente, desembolsar mais 80 mil kwanzas como comissão ao "mixeiro" que indicara a residência, totalizando 560 mil Kz para não perder a casa.

O negócio de intermediação de residências, até então uma actividade exclusiva dos grandes centros urbanos, agora ganha notoriedade, verificando-se, assim, uma "invasão silenciosa" dos "mixeiros" nas zonas periféricas de Luanda.

Nessa migração, o modelo tradicional de publicitar as casas em arrendamento na periferia com anúncios afixados em paredes com dizeres "Arrenda-se uma casa" já não existe, dando lugar às famosas "placas" ou "gabinetes" a céu aberto (de concentração de intermediários), tendo sob o seu domínio a localização das moradias.

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