Antes da proibição da sardinha, que vigora desde o dia 1 de Maio, o Governo já havia reduzido em 30 por cento, para este ano, a captura deste peixe e passou a proibir a ida ao mar das rapas (chatas) que eram os grandes fornecedores do produto à população.
A medida, segundo os armadores de pesca, embora necessária, não vai ajudar as famílias caso o Governo não acautele a situação, visto que são os peixes mais consumidos pelas famílias em Angola.
Ao Novo Jornal, pescadores asseguram que a sardinha só se tornou difícil no mercado porque o Governo assim o quis.
Já a Associação de Pesca Artesanal, Semi-Industrial e Industrial de Luanda (APASIL), alerta que as populações irão sentir ainda mais a falta das outras espécies, nos próximos meses.
Segundo a APASIL é necessário o Governo olhar para as famílias e acautelar que não falte peixe no mercado, ou então que as medidas sejam revistas.
O Novo Jornal sabe que há quase dois meses que os mercados, sobretudo os informais, deixaram de ter sardinha nas bancadas, o que passou a ser uma preocupação para a população, a maior parte de baixa renda.
A taxa autorizada para a captura de pescado este ano, segundo o Governo, é de cerca de 400 mil toneladas para o segmento da pesca industrial e semi-industrial.
Entretanto, a população já reclama da falta de sardinha no mercado, facto que levou o mês passado o Novo Jornal a constatar a situação nos mercados e praias de Luanda.
Da ronda feita, foi possível verificar a "inexistência" da sardinha, um peixe muito consumido pelas famílias com poucos recursos financeiros.
Em unanimidade, os pescadores disseram que devido às barreiras das autoridades, a sardinha particamente deixou de ser pescada.
António Gama, vice-presidente da APASIL, realçou que para além da redução da captura da sardinha, o Executivo também proibiu a pesca de cerco artesanal, vulgo "rapas" que tornou ainda mais difícil o aparecimento da sardinha nos mercados.
Segundo este especialista do sector das pescas, o que afecta o mercado ainda é a redução da sardinha e a paragem das "rapas" (chatas).
O Novo Jornal apurou que em função da falta de sardinha do mercado muitas famílias asseguram comprar, quando podem, outras espécies mais caras, o que não tem sido nada fácil para elas.
A Associação de Pesca Artesanal, Semi-Industrial e Industrial de Luanda é de opinião que o Governo acautele essa questão.
A sardinha, a par do carapau, é o peixe mais apreciado e consumido pela população e também o mais barato.
Em função disso, a APASIL assegura que a população terá dias difíceis em função do período de veda do carapau a partir do próximo mês de Junho.
Para a APASIL, se o Governo não compensar, o peixe vai subir nos próximos dias.