"Fechámos acordo com o grupo empreiteiro para retomar as obras no início do próximo ano", afirmou Ricardo Viegas d"Abreu, num encontro com jornalistas.

"Foi necessário reavaliar o projeto, assegurámos que fossem feitos ajustes técnicos e chegámos a acordo quanto à necessidade não haver financiamento adicional, conseguiu-se acomodar", reforçou o ministro.

O governante informou que depois da conclusão das obras, o novo Aeroporto Internacional de Luanda terá ainda de passar por um período de testes e de certificações, antes da entrada em funcionamento.

As obras de construção do novo aeroporto internacional de Luanda, entregues a uma empresa chinesa, tiveram início em 2005, com financiamento da China, mas a sua conclusão tem vindo a ser adiada. Antes destas declarações de Ricardo d"Abreu, a última data avançada pelo Governo projectava a inauguração para 2022.

Em Março de 2019, o ministro dos Transportes anunciou que o curso das obras do novo Aeroporto Internacional de Luanda ia ser alterado com a introdução de correcções de engenharia e na sua funcionalidade de forma a adequar a infra-estrutura às exigências de um aeroporto moderno e confortável, estipulando como meta para a conclusão destes trabalho 2022.

Com um investimento inicialmente, mas oficiosamente, previsto em cerca de 5 mil milhões USD, já largamente ultrapassado, este projecto, localizado no Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, a cerca de 40 quilómetros de Luanda, financiado pela China, foi analisado pelo Tribunal de Contas que detectou graves falhas na construção, desde a qualidade dos materiais aos acabamentos defeituosos bem como problemas estruturais de engenharia.

Várias notícias davam conta de problemas estruturais graves na infra-estrutura, tanto em questões de segurança como de qualidade da obra, tendo mesmo esta sido retirada à companhia que a iniciou, sendo a CIF substituída pela também chinesa AVIC, um conglomerado ligado à indústria aeronáutica militar.

Depois de concluído, este será um dos maiores aeroportos de África, com capacidade para cerca de 15 milhões de passageiros por ano - a maior parte tráfego internacional - e um volume anual de mercadorias de 50 mil toneladas, erguido em 1.324 hectares, onde estão previstas duas pistas duplas, com capacidade para receber os maiores aviões comerciais do mundo.