Este documento, que será formalmente assinado em Washington, visa acabar com uma situação de instabilidade e crise militar que já dura há décadas mas observou um recrudescimento nos últimos meses com a acção dos rebeldes do M23 no leste congolês apoiados pelo Ruanda.

O sucesso da mediação norte-americana e catari serviu ao Presidente Donald Trump para anunciar, na Cimeira da NATO desta semana em Haia, nos Países Baixos, como uma das suas grandes conquistas para a paz desde que chegou à Casa Branca a 20 de Janeiro para o seu segundo mandato.

Trump referiu-se a este conflito com um dos mais degradantes em muitos anos, sublinhando que nesse as pessoas "se matam com catanas aos milhares", congratulando-se por ter sido essencial para acabar com a violência que dura há anos no leste do Congo.

Este acordo deverá concluir um processo negocial iniciado já este ano depois da "traição" congolesa ao Presidente angolano, que levou ao desmoronamento do Processo de Luanda, que já durava há anos, com mediação do Catar, na linha da frente, e dos EUA, na rectaguarda. (ver links em baixo)

Ao fim de várias rondas negociais, que começaram a 19 de Março, surpreendendo tudo e todos, com um encontro entre Felix Tshisekedi e Paul Kagame, em Doha, capital do Catar, as duas partes chegaram a um acordo de princípio que deve ser materializado no final de Junho.

Segundo as agências de notícias que avançam com esta data, o Ruanda e a RDC concordaram nos termos da pacificação do leste congolês, actualmente dominado pelo M23, os rebeldes apoiados por Kigali, depois de terem conquistado pelas armas as capitais do Kivu Norte, Goma, e do Kivu Sul, Bukavu.

Além dos rebeldes do M23, com algumas fontes a garantiram que são mais de 50 mil, e os mais de 4 mil tripas regulares do Ruanda, o acordo contém normas para lidar com as milícias leais a Kinshasa e a guerrilha da FDLR que tem, acuda o Ruanda, bases na RDC a partir das quais ataca no Ruanda.

Além dos mecanismos de controlo das forças militarizadas, incluindo o seu desarmamento, o documento prevê ainda que os dois países respeitem a soberania do outro e aponta regras para lidar com a crise humanitária que aumentou nos últimos meses com os avanços do M23.

O regresso dos refugiados internos e nos países vizinhos está igualmente previsto e a integração de antigos militares que saíram para as forças não-estatais também.