De acordo com o relatório do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, só na terça-feira morreram 10 pessoas, das quais duas crianças de tenra idade e numa circunstância que bastaria terem acesso a alimentos para evitar as suas mortes.
A Lusa avança, citando o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo grupo islamita Hamas, que aumentou para 313 o número total de mortos, dos quais 119 crianças, por fome ou desnutrição no território palestiniano.
A maioria das mortes por causas relacionadas com a subnutrição e a fome em Gaza ocorreram nos últimos dois meses, após um bloqueio quase total de entrada de alimentos e medicamentos no enclave por parte de Israel, que controla todos os pontos de acesso ao território palestiniano.
Nas últimas semanas, e após forte pressão internacional, Israel flexibilizou um pouco a entrada de alimentos em Gaza e voltou a permitir a entrega de paletes de ajuda humanitária por via aérea, embora a quantidade de mantimentos que entra ainda não seja suficiente para satisfazer as necessidades da população, segundo a ONU.
Mais de 62.700 pessoas, segundo as autoridades de saúde locais, morreram no enclave palestiniano desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há mais de 20 meses, numa situação denunciada como genocídio por países como a África do Sul perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e por organizações internacionais e israelitas.
Isto, quando se sabe que Israel está a rejeitar pelo menos 40% da ajuda humanitária que sai diariamente do Egito, através da passagem fronteiriça israelita de Kerem Shalom, com destino à Faixa de Gaza, segundo fontes do Crescente Vermelho egípcio.
Esta quarta-feira, 27, cerca de 60 camiões carregados com ajuda humanitária saíram de armazéns no Sinai egípcio com destino a Kerem Shalom, onde Israel inspeciona a carga e, segundo as fontes do Crescente Vermelho Egípcio, devolve uma parte substancial dos 150 camiões com ajuda que saem diariamente da zona egípcia de Rafah.
"Devolvem os camiões diariamente sob vários pretextos, como problemas com a carga, com o tipo de produtos ou devido a intimidação e atrasos por parte de Israel. Nós reabastecemos e enviamos no dia seguinte", disse à agência de notícias EFE uma fonte de um dos armazéns do Crescente Vermelho egípcio em Al-Arish.