O alvo do "ataque de precisão" israelita, segundo as agências, aproveitando a imunidade "natural" oferecida pelos países que acolhem esses encontros para negociar acordos de paz, que há meses decorrem no Catar, foi Khalil al-Hayya, o principal negociador do Hamas.
Em Telavive o Governo de Benjamin Netanyhau já confirmou a autoria do ataque que foi percepcionado em Doha através das fortes explosões ouvidas na cidade, tendo igualmente o Hamas confirmado que a sua delegação e instalações foram alvo de um atentado.
O primeiro-ministro israelita, no X, já veio dizer que assume as responsabilidades da operação, que foi Israel que a conduziu e que iniciou o ataque, sublinhando na mesma publicação que se tratou de "uma operação totalmente independente israelita contra os líderes do Hamas".
O Catar tem oferecido a sua capital para palco das negociações entre Israel e o Hamas no contexto do conflito de Gaza, nas quais também participam com regularidade enviados do Presidente norte-americano, Donald Trump, coordenados pelo seu polivalente enviado especial Steve Witkoff, que também está na "frente" ucraniana.
Recorde-se que Israel já abateu dezenas de elementos da estrutura militar e civil do Hamas, tanto em Gaza como no exterior, nomeadamente em Teerão, capital do Irão, Beirute, no Líbano, ou agora no Catar.
Este ataque já foi condenado por vários governos, incluindo o do Catar, que considerou ter sido um "acto cobarde" que, seguramente, não apenas aniquila o processo negocial, como acaba com o papel do Catar como mediador.
Alguns analistas admitem que o primeiro-ministro Benjamin Netanyhau aproveitou o momento para iludir os dirigentes do Catar anunciando que estaria disponível para aceitar a proposta de paz dos EUA com o fito de aproveitar o baixar da guarda da delegação do Hamas, tal como sucedeu com os ataques ao programa nuclear do Irão quando decorriam negociações ou a tentativa de decapitação do regime iraniano já este ano.