O chefe da diplomacia russa disse que os países europeus estão a "fazer barulho" nos meios de comunicação social para modificarem o plano de 28 pontos, que contemplava muitas das exigências de Moscovo.

Em conferência de imprensa, Lavrov disse ainda que a Europa quer refazer o plano, apesar de admitir que alguns pontos da proposta norte-americana necessitam de esclarecimentos.

Segundo Lavrov, os pontos essenciais do plano de Trump para a Ucrânia tiveram como base o entendimento alcançado em Anchorage, referindo-se à cimeira do passado mês de agosto no Alasca.

Lavrov disse ainda que apreciou os esforços de Washington, que "ao contrário" de Londres, Bruxelas, Paris e Berlim, mostrou iniciativa no momento de encontrar um caminho para o acordo sobre a Ucrânia.

O conselheiro internacional da Presidência da Rússia, Yuri Ushakov, rejeitou na segunda-feira as alterações introduzidas pelos países europeus ao plano de paz para a Ucrânia apresentado pelos Estados Unidos.

O plano que Washington apresentou a Moscovo rejeitava categoricamente a entrada da Ucrânia na Aliança Atlântica, enquanto a nova versão deixa espaço para uma decisão consensual dos países membros da NATO.

Além da questão sobre a NATO, obrigava a Ucrânia a abandonar o leste da Ucrânia, quando as tropas ainda controlam cerca de 20% do território da região de Donetsk.

Kiev acusa Rússia de responder à proposta de paz de Trump com terrorismo

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia acusou hoje o Presidente da Rússia de responder aos esforços de paz dos EUA com terrorismo, após um grande ataque russo durante a noite que matou pelo menos seis pessoas em Kiev.

"Putin deu a sua resposta terrorista às propostas de paz dos Estados Unidos e do Presidente [norte-americano, Donald] Trump. Com uma chuva de mísseis e drones contra a Ucrânia", declarou o ministro ucraniano Andriy Sibiga em um comunicado.

O ministro observou que o ataque russo durante a noite matou seis pessoas e feriu mais de 10 na capital, Kiev, depois de terem sido atingidos vários prédios residenciais e infraestruturas energéticas da Ucrânia.

Sibiga explicou que os russos usaram no ataque drones e mísseis balísticos, de cruzeiro e hipersónicos, que tiveram como alvo as regiões de Odessa, Kharkiv, Chernihiv e Kiev.

O ministro ucraniano insistiu na necessidade de a Europa, os Estados Unidos e todos os aliados da Ucrânia agirem em conjunto e pressionarem a Rússia a depor as armas.

Tambén na noite passada, drones ucranianos mataram três pessoas e outras oito ficaram feridas na região russa de Rostov, no maior ataque de Kiev contra o território inimigo nas últimas semanas.

Estes ataques mútuos coincidem com os contactos indiretos entre os dois lados, mediados pelos Estados Unidos, a propósito de um plano de paz apresentado na semana passada pela Casa Branca.