Foi o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que anunciou a admissão destes novos membros na organização dos "emergentes" cansados do domínio hegemónico do mundo pelos EUA e os seus aliados do Ocidente Alargado.

"Decidimos convidar a República da Argentina, a República Árabe do Egipto, a República Federal da Etiópia, a República Islâmica do Irão, o Reino da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, para serem membros de pleno direito, efectivo a partir de 01 de Janeiro de 2024", anunciou, em conferência de imprensa conjunta, em Sandton, sobre o resultado das deliberações da 15.ª cimeira de chefes de Estado e de Governo do BRICS.

Este bloco cada vez maior, quer mudar as regras da ordem mundial criada pelos EUA e aliados no pós II Guerra Mundial, que serve especialmente os interesses do Ocidente Alargado, que controla as suas principais instituições. Angola fica, para já, de fora, embora em 2018 João Lourenço tenha manifestado a vontade de o País integrar esta aliança política e económica, mudando as agulhas entretanto, ao virar-se mais para Ocidente, apostada em cimentar os laços com o Ocidente, especialmente com os EUA.

Os BRICS, que representam mais de 42% da produção mundial, prometem trabalhar na cooperação entre iguais, com o foco no desenvolvimento sustentado de todos por igual, de modo a mudar a economia mundial até 2030.

Aliás, foi com esse foco que o Presidente russo, Vladimir Putin, propôs que os BRICS devem erguer uma plataforma de cooperação organizada para garantir o fornecimento "com confiança e sem interrupções" de recursos diversificados, dos alimentares, aos fertilizantes, passando pela energia, para os mercados globais, enquanto o brasileiro Lula da Silva falou da questão da "moeda" e o alargamento dos BRICS, defendendo a "unidade de conta de referência para o comércio" do bloco, defendendo uma moeda comum.

Nos últimos dois dias, chefes de Estado do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul mantiveram conversações sobre vários temas, incluindo o reforço da cooperação de segurança, energética, comercial, económica, social.

Brasil, Índia e África do Sul estiveram representados pelos respectivos chefes de Estado na cimeira dos BRICS, que decorreu entre 22 e 24 de Agosto. A Rússia, que também integra o bloco, esteve representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.

Cerca de 1.500 líderes empresariais de vários países participaram no Fórum empresarial do bloco, segundo o presidente sul-africano.