Com pouco mais de mil votos que o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), liderado por Xanana Gusmão, a Fretilin poderá acrescentar ainda mais história ao seu longo percurso histórico, que vem das décadas de luta pela independência, regressando agora ao poder após cerca de uma década na oposição.

Verificando-se, após a conclusão definitiva do processo eleitoral, este resultado tão próximo, como já se adivinhava à medida que Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) foi libertando resultados municipais ao longo do Domingo, o novo Parlamento timorense terá 23 deputados da Fretilin enquanto o CNRT conseguirá menos um eleito, ficando com 22.

Estas foram as 4ªs eleições legislativas realizadas em Timor-Leste desde 2001 e decorreram sem quaisquer incidentes merecedores de registo.

Com esta vitória, Mari Alkatiri poderá voltar ao cargo de primeiro-ministro, que já tinha ocupado entre 2002 e 2006, logo após a independência e as primeiras eleições realizadas neste país lusófono, embora a composição do novo executivo timorense tenha ainda que passar pelo complexo xadrez político-partidário e o ainda mais complexo puzzle de alianças.

Segundo os dados fornecidos pelo STAE, em terceiro lugar foi o Partido Libertação Popular (PLP), do ex-Presidente Taur Matan Ruak, elegendo oito deputados, e o Partido Democrático (PD) chegou aos sete deputados.

Apesar de a Fretilin já ter feito a festa da vitória, estes resultados libertados pelo STAE só serão oficializados com a certificação do Tribunal de Recurso, a quem compete a última palavra para formalizar a escolha dois 584 mil eleitores que votaram no Sábado.

Estas foram já consideradas as eleições melhor organizadas desde que o país assistiu à primeira escolha por voto directo e universal, em 2001, logo após a independência, tendo a missão de observadores da União Europeia dito que foram organizadas quase sem mácula, sendo a excepção a pouco clara forma de financiamento dos partidos, precisando ainda de melhorar também o equilíbrio no acesso dos protagonistas políticos ao media.