Este ataque teve lugar no Domingo e tanto a Cruz Vermelha como as organizações civis que observam e analisam estes crescentes ataques de grupos de guerrilha no leste da RDC, especialmente da ADF e do Movimento 23 de Março (M23), este com origem na etnia tutsi ruandesa, estimam que se esteja a verificar um planeado incremento da actividade guerrilheira (ver links em baixo, nesta página), embora não existam certezas sobre o que está pode detrás dessa escalada.

Uma das razões, como o Novo Jornal noticiou, é que a ADF foi absorvida por jihadistas islâmicos radicais oriundos do Corno de África e do Sahel, com ligações ao estado islâmico, onde sentem maior pressão devido à presença de forças internacionais que lhes fazem frente.

Esta incursão do jihadismo internacional na região dos Grandes Lagos, que é já uma das mais instáveis do continente, levou não só os governos congolês e as Nações Unidas a lançarem alertas mas também os bispos católicos congoleses vieram a público mostrar a sua preocupação, lembrando que se trata de territórios porosos e onde este tipo de organizações terroristas encontram muitas facilidades para se imporem face a populações fragilizadas pela miséria e pela violência a que assistem há décadas.

Citado pela France Presse, um elemento da organização Barómetro de Segurança dos Kivu - Kivu Security Barometer (KST, na sigla em inglês) disse nas redes sociais que a suspeita da autoria deste episódio trágico é a ADF e a Cruz Vermelha apontou nas redes sociais que os seus elementos contaram 36 corpos no local do massacre, assumindo igualmente que se tratou de mais um golpe da ADF.

Como tem sucedido amiúde, a reacção das Forças Armadas da RDC (FARDC), que contam com o apoio militarizado dos elementos da missão da ONU no país, a MONUSCO, a mais extensa e custosa das Nações Unidas em todo o mundo, está a ser criticada por tardia e sem capacidade de dissuadir futuros ataques.