Termina hoje a visita que fizemos à Ucrânia a convite do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE - Ucrânia). O Novo Jornal foi o único órgão de comunicação social de Angola e dos PALOP a fazer parte da comitiva. Os membros do "Visite Ucrânia", o nosso grupo de comunicação pela via Whatsap, entraram na Ucrânia por estrada através da fronteira da Polónia. Foram aproximadamente 15 horas de viagem até Kyiv ( a Kiev do tempo da ex-União Soviética), surpreendidos por termos feito um percurso em boas estradas, mas também por entrarmos noite adentro por uma capital com vida, com circulação de pessoas e veículos.

A equipa de apoio do MNE - Ucrânia foi um exemplo de profissionalismo, respeito, disponibilidade e dedicação. Apoiaram-nos a todos, desde o momento da preparação da visita e sempre em estreita coordenação com as missões diplomáticas ucranianas nos respectivos países. Desde Angola, passando pela Polónia até à Ucrânia, tivemos ao nosso dispor uma equipa de excelentes profissionais que tudo fizeram para que nada me faltasse: o convívio ou interacção entre todos os jornalistas, as nossas diferentes e convergentes visões sobre a realidade ucraniana, encontros com jornalistas ucranianos, com representantes de ONG"s, com os experts de África, as visitas aos cenários e memórias de guerra como Borodyanka e Bucha, bem como visitas à Odessa e conhecer o Mar Negro.


O encontro do dia 14 com o Presidente Zelensky foi um dos pontos mais altos da nossa visita. Cumpridos os protocolos de segurança, tivemos um homem que fez questão de cumprimentar cada jornalista e responder a cada uma das perguntas. Em pouco mais de uma hora, acabámos por ter um bom momento de interacção. A Ucrânia percebeu que África é um parceiro importante e que deve fazer um reforço da cooperação com os países do continente. Kiev anunciou um investimento de 25 milhões de dólares para a abertura de 10 novas embaixadas para se juntarem às dez já existentes e, assim, perfazer um total de 20 missões diplomáticas no continente berço. A estratégia passa também por tentar diminuir a presença e a influência da Rússia em muitos dos países do continente. Kiev entende que África pode ser um importante player na sua estratégica política, de integridade territorial e de afirmação diplomática. Em Junho, foram líderes africanos e em Novembro jornalistas do continente.

A Ucrânia pretende ter uma forte presença mediática em África. Foi importante estar no terreno para conhecer, para ter encontros ao mais alto nível e até para ter a visão de um povo que começa a ficar saturado deste conflito e quer voltar a ter uma vida normal. A Ucrânia do angolano Bernardo Paim, que lá reside desde 1986 e que é um verdadeiro "embaixador" da nossa terra. Trata-se de uma matéria que terá o seu destaque na próxima edição. Nesta edição, temos a primeira parte de um dossier sobre a Ucrânia, desejos, estratégias e ambições. É também o registo de um momento único, o da presença do Novo Jornal e do bom jornalismo na linha da frente da informação. Boa leitura!