Cá, no beco, também queremos cabaz, pensamos pedir ao PR se passasse por cá durante a visita de trabalho pela nguimbi ou se ao menos o ManQuem, enquanto representante do beco mais afamado da banda, fosse ao seu encontro para levar a nossa lista. Nada, batemos na barra. O kota não passou pelo beco, tão pouco o ManQuem foi sequer convidado para ajudar a mascarar as ravinas e buracos que enfeitam o Zango há anos no breu que abraça a via quando o sol baza. Preparámos quitutes para a delegação, embelezámos a rua, criámos uma banda para o PR plantar uma árvore de fruta no futuro jardim botânico que faremos no beco a partir de Janeiro e que será o único da província. O ManQuem ainda contactou uns antigos camaradas de armas das várias quitotas em que diz ter combatido e sobrevivido, nem com isso. Foi bem coado. Mesmo assim, fizemos a lista dos mambos que gostaríamos de receber como cabaz e boas-festas do PR em 2019, Janeiro de preferência, por ser o tal mês da fome. Cada muadiê do beco, candengues inclusive, deram dicas.

Camarada Presidente, mergulhados no espírito natalino, escrevemos essas linhas para que nos brinde com uns mambos, que pensamos nós não ser muito difícil, desde que seja feito de coração e que o kota fiscalize a entrega das cenas, porque há décadas que os cazumbis caçumbulam os mambos que deviam chegar até nós. A lista é coxita, reflecte um pouco a vida no beco, onde o MamQuem faz das suas sem se preocupar nem importar com lei ou autoridade alguma, tanto que ele mesmo se prontificou em levar essas linhas até si. Camarada, permita-nos trata-lo assim, não por questão partidária, mas por questão de camaradagem nessa luta para nos safar do sofrimento. Enquanto uns vão atras de cabaz com bebidas e pitéus, onde o rico bacalhau faz as delícias dos egos inflamados de muita boa gente, já nós semamos:

Escolas públicas bem equipadas, para que as nossas crianças sejam bem formadas e possam dar melhor resposta aos desafios futuros. Livre oportunidade para criação de negócios e, daí, empregos, rendas e riqueza, contando com o apoio sério e correcto para quem realmente precise e os use tal como solicitado para que o projecto seja sustentável, evitando os conhecidos desvios que lesaram e lesam a pátria. Cada um de nós poderá criar as suas condições para viver de forma condigna ao invés de tentar sobreviver com o ivan e seus kambas tributários. Quiçá a produção nacional tão propalada se torne real, com mais qualidade e escoamento.

Bairros bem urbanizados, com bom saneamento básico, limpeza, água potável canalizada, segurança, iluminação pública, espaços para a prática desportiva e artística, áreas verdes com plantas e árvores nas vias para que diminuam as águas paradas, lixeiras, mosquitos, baratas, ratos, poeiras e outras coisas más que, nesse momento, fazem companhia como se fossem parte da família. Desta forma, muitas doenças e mortes precoces geradas por essas situações seriam ultrapassadas com a prevenção, oferecendo uma qualidade de vida bem melhor a todos. Mais centros de saúde e hospitais apetrechados, funcionais e bem distribuídos, de acordo a quantidade populacional.

Melhoria do policiamento de proximidade, com mais agentes, meios e condições, envolvendo a comunidade em acções de prevenção ao crime, onde a «educomunicação» (educação e comunicação) seria a ferramenta mais utilizada para tal propósito. Sem esquecer a mesma aposta virada para o serviço de protecção civil e bombeiros.

Aumento quantitativo e qualitativo na oferta de transportes públicos, para que a província possa ser um bom exemplo de mobilidade urbana e não só, com várias opções (rodoviário, ferroviário, marítimo e fluvial) e com horários que possibilitem a locomoção com segurança até de madrugada.

Que a justiça faça jus a si mesma e os ricos e poderosos não se sintam intocáveis e nem os pobres injustiçados pela sede da micha. Que os conterras na estranja, na tal Angola que acontece lá fora, rogam que o Estado os abrace e os ajude nas aflições e na hora do voto, que ainda não chegou lá. Querem ajudar a melhorar as cenas por ca e por lá.

Kota, inclua também praias limpas e fixes no cabaz, se não for pedir muito. Não se esqueça dos turistas nacionais e estrangeiros que querem visitar-nos caso as coisas melhorem, trazendo kumbu, emprego e levando uma Luanda fixe mesmo com chuva. Kota, esse é o nosso cabaz, não precisa embrulhar. Desejamos a todos festas felizes. Katé+