Há, realmente, silêncios que fazem muito barulho. Há momentos em que o silêncio consegue ser mais profundo do que as palavras. Há o chamado silêncio responsável, prudente e coerente que se enquadra dentro de uma estratégia de gestão do próprio silêncio. Mas a democracia lida mal com o silêncio, e hoje o contexto social obriga os actores políticos a adoptarem certas dinâmicas comunicacionais.
Existem circunstâncias que nos impelem a acção, que nos criam motivos para agir. Mas é claro que não se compreende e nem se aceita o silêncio de governantes de um país quando é anunciado que catorze pessoas morreram devido às chuvas de segunda-feira, 19, na cidade de Luanda (a última actualização elevou o número para 24 pessoas), nestes casos não pode haver "códigos de silêncio".