São buracos que na estrada incomodam os condutores, os penduras, os transeuntes, os polícias de trânsito e até as próprias viaturas que rangem as peças e se desgastam paulatinamente acabando, por vezes, a causar sérios danos mecânicos sem que haja qualquer responsabilidade das entidades donas dos buracos. Sim, porque, se nada se faz para estancar o buraco, é porque se gosta dele e se quer adoptar.
Há uns buracos pequenos que estão esquecidos no meio da via e que vagarosamente vão perdendo a matéria escura e descortinando um castanho cor de musseque. Buracos negros sem qualquer valor astronómico, mas que atraem caríssimas reparações nas viaturas e imensas dores de cabeça. Buracos cuja missão é de atrapalhar, mas que, por vezes, funcionam como lombas de redução de velocidade ou ainda como mecanismos educativos para a melhoria da condução de motorizadas.
São buracos esquivos de futuro incerto que vão sobrevivendo dia após dia. Por vezes remendados com pedras e calhaus, afogados com cimento e pintados a preto para disfarçar a sua teimosia em permanecerem incómodos e a incapacidade de extingui-los.
Mas serão estes os únicos buracos? Com certeza que não. Há outros buracos mais profundos, os buracos sem fundo, que poderiam contribuir para a melhoria das condições rodoviárias eliminando gradualmente os buracos rodoviários. Todavia, e como ninguém escolhe o seu buraco é importante evitar meter a cabeça num buraco e não espreitar pelo buraco da fechadura sob o risco de ir parar ao buraco.