A reunião extraordinária do Conselho da República, um órgão consultivo do Chefe de Estado que integra personalidades como a vice-Presidente, a presidente da Assembleia Nacional, o procurador-geral da República, líderes dos partidos com assento parlamentar e representantes da sociedade civil, terá na agenda, segundo o comunicado dos serviços da Presidência, a situação de segurança em Angola.
No domingo, a Polícia Nacional de Angola fez uma comunicação à imprensa em que avisava que qualquer tentativa de manifestação ou paralisação dos taxistas será prontamente respondida. Na mesma comunicação, em que fez um ponto de situação de segurança pública no País, o porta-voz da Polícia Nacional, Mateus Rodrigues, declarou pretender "levar uma mensagem de tranquilidade aos cidadãos", dizendo que "não há razões para preocupações para limitar a circulação pública nos próximos dias".
Este clima de insegurança que se tem vivido surge depois de três dias de intensos protestos e tumultos, na sequência da paralisação dos serviços de táxis, entre os dias 28 e 30 de Julho, devido ao aumento do preço dos combustíveis, fez também com que parte da população tenha optado por permanecer em casa esta segunda-feira, verificou o Novo Jornal.
Há pouco movimento nas paragens de táxis, um cenário não habitual às segundas-feiras, e alguns estabelecimentos comerciais estão encerrados.
O balanço oficial da Polícia Nacional sobre os confrontos dos três dias no fim de Julho aponta para 30 mortos, mais de 200 feridos e mais de 1.500 detenções.
Também no domingo, o Serviço de Investigação Criminal tornou pública a detenção do presidente da Associação Nacional de Taxistas Angolanos (ANATA), Francisco Paciente, "por factos que se configuram na prática dos crimes de associação criminosa, incitação à violência, atentado contra a segurança nos transportes e terrorismo, consubstanciado em fortes indícios do seu envolvimento na promoção dos actos de vandalismo e arruaça contra bens e serviços públicos e privados, protagonizados no final de Julho do corrente ano. Antes, já tinha anunciado a detenção do vice-presidente da ANATA.