O programa das exéquias prevê o velório, a deposição de uma coroa de flores, a entoação do hino nacional, a homenagem dos familiares e dos titulares dos órgãos de soberania, partidos políticos, órgãos de Defesa e Segurança e Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.

Por fim, os restos mortais seguem em cortejo rumo ao Cemitério do Alto das Cruzes.

A cerimónia tem lugar após várias fases deste processo, que se iniciou com a entrega de certidões de óbitos às famílias, localização dos corpos, exames de ADN e entrega dos restos mortais, noticia a Angop.

Criada por Decreto Presidencial, em Abril de 2019, a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), tem por missão elaborar um plano geral de homenagem às vítimas dos conflitos políticos ocorridos em Angola no período de 11 de Novembro de 1975 a 4 de Abril de 2002.

A CIVICOP é presidida pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, e integra representantes de vários departamentos ministeriais, como os da Defesa, Interior, Saúde, Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social.

O 27 de Maio, data que marca um dos períodos mais violentos da história de Angola enquanto país independente, surgiu do movimento que ficou conhecido por "Fraccionismo", que teve como rosto Nito Alves, então dirigente de topo do MPLA e ministro do Interior sob a Presidência de Agostinho Neto.

Depois do fracasso da acção de Nito Alves, para o qual as forças militares cubanas que estavam em Angola foram relevantes, seguiram-se muitos e violentos meses de perseguição aos aliados do então ministro do Interior.

O resultado foi o massacre de milhares de pessoas e a detenção de outras tantas, de forma arbitrária, pensando-se que muitas foram vítimas de vinganças pessoais sem quaisquer ligações ao momento político-militar e ao movimento de fracção.

Ainda hoje não se sabe ao certo quantas pessoas morreram durante a repressão do 27 de Maio. Segundo a Amnistia Internacional, terão sido 30 mil. Segundo a Fundação 27 de Maio, o número de vítimas ascende a mais de 60 mil.