A responsável, que assumiu que existem dificuldades na emissão de bilhetes de identidade e de cédulas, salientou que as províncias com mais documentos de identificação são as de Luanda, Benguela, Huíla, Uíje e Cabinda.

"Vou dar aqui a mão à palmatória, temos dificuldades sim. A nossa base de dados tem nove milhões de bilhetes de identidade", disse Felismina Manuel, citada pela Rádio Nacional.

A organização não governamental Handeka tem defendido que o Estado registe os 11 milhões de "não-cidadãos" com base no cartão de eleitor. Na opinião da presidente da Associação, Alexandra Simeão, "ao entregar um cartão de eleitor, o Estado está a dar ao cidadão a presunção de nacionalidade, pois autorizando-o a votar, está a assumir que é angolano, isto porque apenas os cidadãos nacionais podem votar".

Em Outubro do ano passado, O NJOnline, que acompanhou os voluntários da campanha "Sem registo, não existo" e verificou, no terreno, que este é um problema que não escolhe sexo nem idade, contou, entre outras, a história de um antigo soldado-criança e a de um pequeno jogador da equipa de hóquei patins do Petro de Luanda, que nunca saiu de Luanda para representar as cores do clube por não poder viajar.

Segundo dados do último censo geral da população, de 2014, cerca de 54% dos angolanos tem registo civil, o que corresponde a 13,7 milhões de habitantes, dos quais cerca de 11 milhões se encontram em áreas urbanas e os restantes em zonas rurais.

Também de acordo com esse censo geral, o País contava, então, com mais de 25 milhões de habitantes, estimando-se que possa atingir os 30 milhões em 2020.