Os manifestantes juntaram-se face ao Parlamento numa altura em que os deputados estão reunidos para a votação final global do Projecto de Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias Locais e o projecto de Lei da Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais.

Nestes dois diplomas, o gradualismo continua a ser o ponto fracturante no pacote legislativo autárquico, com o Governo e o MPLA a defenderem o gradualismo geográfico enquanto a oposição garante que a Constituição apenas admite um gradualismo administrativo porque nem todos os municípios contam com a mesma preparação e meios para a sua autonomização política e administrativa.

Os manifestantes empunhavam cartazes com dizeres "Queremos autarquias em todos os municípios", "Gradualismo geográfico não" e "No meu município ninguém me representa", gritavam os jovens que, cerca das 11:00, ainda estavam concentrados no portão sul da Assembleia Nacional.

Kambulo Chaka-chaka coordenador da associação "Plataforma do Cazenga em Acção" (PLACA) um dos organizadores da manifestação, disse à imprensa que defendem a implementação das autarquias em todos os municípios do País, porque no seu entender não existem razões para que esse direito seja anulado.

Entretanto, os Jornalistas destacados no Parlamento e que em algum momento saíram para presenciarem a manifestação foram impedidos de voltar a entrar na Assembleia Nacional por, avançam como única justificação possível, terem cumprido o seu dever profissional de cobrir a manifestação.