Na opinião da Handeka, "esta situação exige que a CNE, o MAT, o MINJUS e o MPLA façam uma exaustiva averiguação, pois é preciso provar que estes documentos não são verdadeiros, caso contrário estas instituições perderão a sua credibilidade e no caso do MAT e da CNE ficarão provadas as denúncias públicas, feitas em momentos anteriores, relativas à manutenção de fraude eleitoral".

Em comunicado, a associação refere que "a perspectiva de que os dois documentos mais importantes da cidadania, nomeadamente o bilhete de identidade e o cartão de eleitor, possam estar na mão de pessoas que não são angolanas é um crime grave e que merece uma investigação urgente, eficaz e célere".

Já sobre o cartão de militante do MPLA, a Handeka afirma que "é confrangedor um partido que diz defender a legalidade outorgar cartões de militantes a estrangeiros quando a legislação angolana impede que os estrangeiros exerçam qualquer participação político-partidária".

No mesmo comunicado, a associação, que tem estado na linha da frente na defesa da inscrição maciça dos cerca de 11 milhões de cidadãos angolanos que não têm registo de nascimento, declara que "são estas zonas nubladas que têm trazido para o debate eleitoral a necessidade da avaliação da pertinência da CNE e das empresas que lhe prestam serviços, bem como da idoneidade e sentido patriótico do MAT", lembrando as acusações feitas pelos partidos da oposição, como a UNITA, que tem vindo a defender uma reforma do sistema eleitoral do país.

O partido do "Galo Negro", pela voz de Alcides Sakala, tem afirmado que "os processos eleitorais de Angola, de 1992 até aos dias de hoje, têm sido eivados de má-fé, corrupção eleitoral e muita fraude".

"Nós na altura denunciámos isto. O partido levantou esta questão com muita acutulância, e, nas eleições de 2017, tínhamos até provas evidentes de que havia estrangeiros com o cartão de eleitor, o que violava a constituição, e que estavam a participar em acções de apelo ao voto promovidas pelo MPLA, mas o MAT fez ouvidos de mercador e não deu importância a isso", disse o porta-voz da UNITA, acrescentando que "agora está provado", referindo-se às imagens e testemunhos dos congoleses que se apresentam na posse de cartões de eleitor e de militante do MPLA.

Tal como a Handeka, a UNITA defende "uma ampla investigação e que sejam responsabilizados todos quantos promoveram esta situação insconstitucional".