A informação foi avançada pelo comandante municipal de Benguela da Polícia Nacional, superintendente-chefe Filipe Cachota, a propósito da palestra sobre o papel da família na prevenção do abuso sexual e gravidez precoce, organizada pelo Grupo de Mulheres Parlamentares (GMP).
Segundo o oficial superior da corporação no município de Benguela, 32 dos 39 casos foram praticados por pessoas próximas das vítimas, entre pais, avós, primos e vizinhos, o que levou o comandante a afirmar que a sociedade angolana está em crise, por conta da desestruturação das famílias.
"Mas há uma entidade que está em crise profunda, que é a instituição família', assumiu, para de seguida defender que a família precisa de ser reanimada desta crise de valores e de princípios.
Em seu entender, esses valores são essenciais para a formação de cidadãos que respeitem a dignidade e a integridade física das pessoas, rejeitando a todo custo o abuso sexual de menores.
"É uma situação repugnante, que a todos deve envergonhar, porque abusar de um menor é adiar e comprometer o país", admite.
"Essa crise nas famílias também tem a ver com a questão do abandono das suas obrigações de cuidar e proteger os filhos para que não sejam abusados sexualmente", alertou