De acordo com o resultado do Censo 2014, pouco mais de 2 milhões de habitantes entre os cinco e os 18 anos estavam fora do sistema de ensino, o que correspondia a 22% da população deste grupo. Em 2024, a percentagem da população dessa faixa etária fora do sistema de ensino aumentou para 34%.

Ou seja, há quase 4,5 milhões de crianças e jovens que não vão à escola, apesar de a Lei de Bases do Sistema de Ensino em Angola estabelecer que o ensino primário (da 1ª à 6ª classe) e o primeiro ciclo do ensino secundário (da 7ª à 9.ª classe) são obrigatórios e gratuitos, o que significa que todas as crianças dos seis aos 14 anos deveriam, pelo menos, frequentar o ensino primário e concluí-lo.

Nos últimos dez anos, a taxa de alfabetismo a nível nacional passou de 65,6%, em 2014, para 72,6%, em 2024, representando um aumento de 7%. A área urbana, com 86,1%, continua a apresentar números aproximadamente duas vezes superiores aos da área rural (43,5%), segundo o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE)

As províncias de Luanda (94,4%), Icolo e Bengo (89,5%) e Zaire (84,6%) apresentam as taxas de alfabetismo mais elevadas, enquanto Moxico Leste (40,4%), Cuando (43,1%) e Bié (47,4%), têm as taxas de alfabetismo mais baixas.

A taxa de alfabetismo entre os jovens de 15-24 anos é de 74,5% a nível nacional, e é semelhante à da população de 15 anos ou mais, sendo mais elevada nos homens (77,6%) do que nas mulheres (72,3%).

As províncias de Luanda (96,2%), Icolo e Bengo (93%) e Zaire (91,6%) apresentam as taxas de alfabetismo mais elevadas entre os jovens dos 15 aos 24, enquanto nas províncias do Moxico Leste (37,1%), do Cuando (43,6%) e do Bié (50,5%), se registam as taxas mais baixas.

Em 2014, apenas 13% da população com 18 ou mais anos tinha concluído o segundo ciclo do ensino secundário (12ª ou a 13ª classe), enquanto que, em 2024, 25,2% deste grupo etário concluiu o segundo ciclo, representando um aumento de 12%.