Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 26, em conferência de imprensa, pelo director-geral do Instituto Nacional de Avaliação e de Desenvolvimento da Educação (INADE), Diasala André.

Apesar da alta taxa de reprovação, Diasala André considera os resultados desta 3.ª fase de generalização "animadores".

"Estes resultados para nós são animadores porquanto mostram-se relativamente melhores aos que víamos colhendo na fase piloto e na 1.ª e 2.ª fase de generalização, apesar de estarem aquém daquilo que é o desejável" afirma.

De acordo com o responsável, o grande número de reprovações não é visto apenas como um índice negativo, mas como um ponto de partida para investigações mais aprofundadas sobre o estado do sistema de educação no país.

Os resultados variaram drasticamente entre as províncias. Em Luanda, por exemplo, 8.532 dos 17.665 alunos submetidos a exames foram aprovados. No entanto, 4.188 reprovaram e 4.945 foram para o recurso. A situação mais crítica foi no Cunene, onde apenas 16 dos 873 alunos foram aprovados, com 792 reprovados e 65 no recurso.

A divulgação dos resultados dos exames nacionais do ensino secundário gerou uma onda de controvérsia, colocando pais, alunos e encarregados de educação em "pé de guerra" com o Ministério da Educação (MED).

As críticas incidiram sobretudo na alegada falta de transparência e na discrepância entre as notas obtidas e o desempenho dos estudantes. Os pais levantaram dúvidas sobre o sistema informático de correcção dos exames instalado pelo MED, que acusam de ter reprovado a maioria dos estudantes com boas notas ao longo do ano lectivo.

Entretanto, o MED refuta as acusações e assegura que não houve recurso a inteligência artificial para a correcção das provas, mas que as mesmas foram feitas com base em um software para o sistema de gestão dos exames nacionais desenvolvido pelo próprio MED.

O MED afirma ter recebido apenas 715 reclamações e pedidos para reapreciação de notas. E explica que entre as causas para esses problemas estiveram a falta de reunião do conselho de notas em muitas escolas, alunos com inscrições duplicadas, estudantes inscritos em cursos errados e escolas que não inseriram as médias do 3.º trimestre dos alunos no sistema de gestão dos exames.

As províncias do Cunene, Huíla, Icolo e Bengo, Luanda, Benguela e Huambo lideraram o número de reclamações.