A informação foi avançada pela chefe do banco de urgências de pediatria, Carla Calueto, ao Jornal de Angola, onde se lê que as autoridades sanitárias da província "estão muito preocupadas pelo facto de as mães não levarem as crianças para fazerem as vacinas e grande parte dos menores chegam ao hospital já sem vida".
"Tivemos o óbito domiciliar, chegou à unidade sem vida e com características de sarampo, acção que preocupa os profissionais de saúde", afirmou Carla Calueto, citada pelo Jornal de Angola.
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que pode causar complicações graves, como pneumonia, diarreia grave, encefalite e, em casos extremos, levar à morte, especialmente entre crianças pequenas e pessoas não vacinadas. Embora prevenível com uma vacina segura e eficaz, o sarampo continua a representar um risco significativo em contextos com baixa cobertura vacinal.
Os sinais e sintomas iniciais geralmente incluem febre, muitas vezes superior a 40ºC, tosse, corrimento nasal e olhos inflamados. Dois ou três dias depois do início dos sintomas formam-se no interior da boca pequenos pontos brancos, denominados sinais de Koplik. Entre três a cinco dias depois do início dos sintomas aparece uma mancha vermelha e plana que geralmente tem início na face e daí se espalha para o resto do corpo. Os sintomas começam-se a manifestar entre dez e doze dias depois do contágio e duram entre sete a dez dias. Em cerca de 30% dos casos ocorrem complicações, as quais podem incluir, entre outras, diarreia, cegueira, inflamação do cérebro e pneumonia.
Em Julho, a Organização Mundial da Saúde informou que o Hospital Pediátrico do Sumbe estava sob enorme pressão devido ao aumento significativo de casos suspeitos de sarampo, distribuídos por 16 dos 24 municípios da província.
No Uíge, em Agosto, mais de 1.000 casos de sarampo foram diagnosticados e pelo menos 20 crianças morreram.
Também o Huambo assinalou, nos últimos dias, um surto de sarampo que tem afectado várias localidades da província.
Segundo a OMS, o apelo é claro: "é preciso intensificar ainda mais os esforços conjuntos para conter a transmissão, salvar vidas e proteger todas as famílias. Nenhuma criança deve ficar para trás".