Alguns populares com menos recursos estão a usar as águas salobras para lavar roupa e confeccionar refeições, apurou o NJOnline no local. Um bidon de 25 litros é vendido a 100 kwanzas, contra os 50 habituais.

N"gueve da Costa, moradora no Marcelo Caetano há 18 anos, disse ao NJOnline que desde o mês de Dezembro que no seu bairro a água deixou de correr nas torneiras.

"Estamos sem água desde o ano passado, às vezes corria de madrugada, mas nos últimos dias deixou de correr e a situação agravou-se", explicou.

Situação idêntica regista-se nos bairros Cazenga Popular, Vila flor e Curtume. Na zona do Cazenga Popular, Maura Daniel de 33 anos, contou que a situação está muito crítica, visto que os "kupapatas" (motoqueiros que comercializam bidons de 25 litros de água ao domicílio) passaram a vender cada bidon a 100 kz.

Manuel Pascoal, oficial da Polícia Nacional e residente na Vila Flor, também conhecida como "Vila da Mata", contou que a situação o obrigou a adquirir água em camiões cisterna, coisa que já não fazia desde 2017, altura em que o seu bairro ganhou novas ligações domiciliárias.

"Antes das eleições, a água corria nas torneiras 24 sobre 24 horas e não tínhamos dificuldades quanto a isso. Agora que tudo já passou voltamos de novo ao zero", lamentaram vários moradores ao NJOnline.

Martins Armando Mayo, jovem de 28 anos, que trabalha como motoqueiro e comercializa água ao domicílio, contou que têm adquirido a água que vendem à população nos bairros do Papá Simão, Palanca e Rangel.

Vladimir Bernardo, chefe do departamento de comunicação institucional da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), contactado pelo NJOnline, não adiantou pormenores a respeito, prometendo fazê-lo nos próximos dias.