O Gabinete de Fraudes Graves (SFO, na sigla em inglês)) tem a Rolls-Royce sob investigação, segundo o jornal britânico The Guardian, há vários meses por, alegadamente, ter recorrido a esquemas de corrupção, envolvendo intermediários, com o objectivo de garantir contratos em pelo menos 12 países, incluindo Angola, Brasil, Nigéria ou a Arábia Saudita.

De acordo com o jornal britânico, que sublinha não ter conseguido obter um comentário da empresa, a Rolls-Royce Group tinha agentes contratados com o objectivo de garantirem, através de pagamentos de "gasosas" chorudas, contratos significativamente lucrativos com a Sonangol.

Segundo documentação revelada pela Fairfax Media, grupo de comunicação social australiano, a companhia britânica manteve, entre 2008 e 2013, uma parceria com duas empresas, sendo uma delas a Unaoil, empresa com sede no Mónaco que tem como negócio principal o fornecimento de soluções industriais para o sector energético, com as quais eram "trabalhados" os contratos.

Só no que diz respeito à Sonangol, a Roll-Royce terá conseguido, em escassos cinco anos, cerca de 110 milhões de dólares em contratos que, agora, estão sob suspeita de terem sido conseguidos graças a esquemas de corrupção.

Tenha-se em consideração que a Rools-Royce Group, dedicada à aviação civil e militar, soluções industriais para a produção de energia e ainda na área da marinha, que está em causa, não tem qualquer ligação, desde 1971, com a Rolls-Royce Motor Cars, que tem o negócio centrado na produção de viaturas de luxo.

Uma linha comum pode ser encontrada em todos os países onde o The Guardian divulga que ocorreram estes "esquemas", a do petróleo.

A esmagadora maioria dos contratos em causa são com petrolíferas ou com empresas com forte ligação ao universo do petróleo e em países com produção significativa de crude.

Disso exemplo é a Sonangol, mas também a brasileira Petrobras, estando a Rolls-Royce na lista das dezenas de empresas envolvidas com a petrolífera brasileira nos vários escândalos revelados nos últimos meses, havendo suspeitas de que o grupo britânico pagou 200 mil USD para ganhar um contrato de instalação de equipamentos em plataformas.