Segundo o número 1 da PGR, o facto de as organizações internacionais exigirem que haja um inquérito não é relevante para a Procuradoria-Geral da República, que "trabalha para aquilo que acha justo ou injusto".
Quanto às mortes perpetradas pela Polícia Nacional no decorrer dos tumultos, Hélder Pitta Gróz salientou que a situação poderia ter sido pior se no primeiro dia a polícia não tivesse feito contenção da situação provocada pelo descontrolo da população.
"Houve no primeiro dia um certo descontrolo da parte da população. Houve a necessidade de protecção, e se a polícia não tivesse tido uma atitude de contenção teria sido pior", disse.
Segundo Hélder Pitta Gróz, a PGR está a analisar também as circunstâncias em que as pessoas morreram, nomeadamente um oficial da PN.
Conforme Hélder Pitta Gróz, a actuação das autoridades resultou na detenção de mais de 1.000 pessoas e a maioria dos detidos dos tumultos, que durou três dias, foram libertados após triagem, mas os implicados em actos de vandalismo, como saques e danos a propriedade privada e pública, foram levados a julgamento e estão a ser julgados.
Esta semana, em conferência de imprensa, as organizações Comissão Episcopal de Justiça e Paz e Integridade da Criação, Pro Bono Angola, Justiça, Paz e Democracia (AJPD) e Friends of Angola (FoA) consideraram que "as mortes perpetradas por agentes da Polícia Nacional, sob o pretexto de conter a desordem social, configuram graves violações dos direitos fundamentais consagrados na Constituição e nos instrumentos internacionais ratificados por Angola".