O superintendente-chefe Tomás Agostinho, do departamento central dos Serviços de Investigação Criminal (SIC), afirmou, em conferência de imprensa, que, fruto das investigações em torno do processo aberto por suspeita da prática de crimes de falsificação de documentos, burlas por defraudação, associação de malfeitores e branqueamentos de capitais, previsto e puníveis pelo código penal angolano, foram já detidos oito elementos, dos quais dois angolanos, quatro tailandeses, um canadense e um eritreu.

"Os mesmos tentaram defraudar o Estado angolano quando se apresentaram como sendo proprietários de uma suposta empresa denominada Centennial Energy Company, Limited, com sede na República das Filipinas", disse o chefe do departamento central do SIC.

A rede de indivíduos, segundo o SIC, tentava, de forma fraudulenta, negociar uma operação de financiamento internacional de 50 mil milhões de dólares.

"Eles advogavam a necessidade de fazer parcerias com empresas angolanas, tendo já recebido 53 propostas de empresas nacionais", afirmou, acrescentando que "os processos destas empresas já se encontravam em posse dos indivíduos".

Tomás Agostinho informou os jornalistas que o processo envolve ainda outras pessoas que gozam de foro especial: "Três altas patentes das Forças Armadas Angolanas", cujos nomes não foram revelados.

"O processo transitou para a esfera da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal da PGR, órgão com competência para a instrução dos processos que envolvem individualidades que gozam de foro especial", disse.

"Neste momento, o processo está sob a responsabilidade do DNIAP, mas vale a pena dizer que estas pessoas não agiriam em nome das FAA, mas a titulo privado", informou.

No momento da detenção, o Serviço de Investigação Criminal apreendeu, aos visados, vários meios, incluindo um cheque supostamente pertencente ao Banco da China (Hong Kong), a favor da empresa Centennial Energy Company, Limited, no valor de 99 mil milhões de dólares.