O corpo de Inocêncio de Matos sairá da sua residência no bairro São Pedro da Barra, onde decorreu o óbito do estudante do 3º ano de engenharia, morto na manifestação do dia 11 de Novembro, em resultado de confrontos com a Polícia Nacional.

A informação foi avançada pelo advogado da família, Zola Bambi, que já tinha dito ao Novo Jornal que a segunda autópsia do jovem Inocêncio de Matos decorreu "finalmente sem obstáculos", na presença "dos familiares, do fotógrafo que desejavam, técnicos e médico indicado pela família", tal como tinha sido exigido.

O advogado, que se bateu pela presença de um fotógrafo escolhido pela família, referiu que o foram captadas várias imagens do cadáver antes do procedimento forense.

Questionado se mantém a intenção de levar o caso à justiça, Zola Bambi afirmou "que se trata de um crime, e, depois do funeral, a família e o advogado de Inocêncio de Matos terão uma palavra a dizer", o que indicia que a família vai mesmo avançar com um processo contra a Polícia Nacional e o Estado.

Inocêncio de Matos, de 26 anos, era o terceiro de sete filhos de Alfredo Miguel de Matos (antigo combatente das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), braço armado do MPLA na luta pela independência) e Regina Alberto, e também o único rapaz, após a morte de um irmão seu no ano passado.

Natural da província do Uíge, solteiro, o jovem frequentava o 3.º ano do curso de engenharia informática da Universidade Agostinho Neto. Faleceu, segundo a versão oficial, no Hospital Américo Boavida, em Luanda, onde deu entrada após ter sofrido graves ferimentos na cabeça durante um confronto com a polícia na manifestação do dia 11 de Novembro. A primeira - e a última - em que participou.