O Banco de Leite Humano (BLH), o primeiro do género no País, com capacidade para processar diariamente até 100 litros de leite, colheu apenas 39,01 litros, o equivalente a 39.019 mililitros de leite, em 12 meses.

O leite doado por 168 voluntárias beneficiou 281 recém-nascidos. Os indicadores apresentados mostram que os números colhidos ao longo do primeiro ano de funcionamento estão aquém dos anunciados pela coordenadora do centro, Elisa Gaspar, aquando da sua inauguração, em Novembro de 2019 (100L= 100 mil mililitros de leite).

Cálculos feitos mostram que o BLH arrecadou, por dia, menos de um litro de leite no seu primeiro ano de funcionamento.

Para Janete Ambrósio, técnica do BLH, embora todo o esforço aplicado ao projecto, bem como as doações recolhidas ao longo do ano, nos últimos tempos, a unidade não tem atravessado bons momentos, tendo registado uma ruptura no seu "stock", assim como a fraca adesão de dadoras voluntárias, que passou de 168 inscritas para 10.

"Neste momento, não temos leite para doar aos recém-nascidos que vêm de fora. Temos apenas leite para atender aos bebés internados com as mães na maternidade. Não temos reservas", lamentou a profissional ao Novo Jornal.

Em parte, prosseguiu a também enfermeira, a ruptura do "stock" e a baixa nas doações deveram-se à Covid-19.

"Normalmente, recebíamos por semana até 15 mães para fazerem a doação, mas agora, devido às restrições causadas pela Covid-19, por semana só temos doações de uma ou duas mulheres. Isso preocupa-nos", observou, reiterando que os frigoríficos se encontram sem leite para acudir a demanda.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)