A notícia é avançada pela publicação La Tribune Afrique que, na sua edição online, adianta que a próxima visita do FMI a Angola foi a "principal decisão resultante do encontro entre o ministro das Finanças, Archer Mangueira, e o director para África do Fundo, Abebe Selassie", decorrido em Washington, nos EUA, à margem das recentes assembleias gerais do FMI e do Banco Mundial.

As duas partes concordaram em retomar as negociações interrompidas no ano passado, escreve a publicação, acrescentando que nada foi adiantado sobre se a nova ronda de conversações será dominada pela discussão de um acordo de assistência financeira ou técnica.

A possibilidade de financiamento não foi ainda descartada pelo ministro Archer Mangueira, conforme o Novo Jornal Online noticiou na última segunda-feira.

"Temos estado também a dialogar com o FMI no sentido de avaliarmos a possibilidade de uma assistência técnica. Se será com ou sem financiamento é um tema que ainda não foi tratado", afirmou o governante.

Com ou sem financiamento, certo é que será a primeira missão do FMI a visitar o país após a mudança de liderança, prevendo-se, por isso, que para além de se actualizar sobre a situação económica de Angola, a instituição financeira se inteire sobre a visão do novo Presidente da República, percebendo até que ponto pretende liderar o apregoado "milagre económico" do país.

"Angola é uma das maiores economias da região, o que significa que a sua boa saúde económica condiciona a boa saúde económica do continente", defende Abebe Selassie, citado pela Tribune Afrique.

De acordo com o director para África do FMI, a instituição está empenhada em aconselhar os estados sobre a adopção de políticas macroeconómicas coerentes, e em fornecer assistência técnica para os ajudar a ultrapassar situações de crise, por exemplo através do aumento das receitas fiscais e do controlo das despesas públicas.

Recorde-se que, no final de Junho do ano passado, o Presidente José Eduardo dos Santos informou o FMI sobre a decisão de manter o diálogo com o fundo apenas no contexto do artigo IV 'consultas' e não no contexto de discussão sobre o programa de ajuda EFF (Programa de Financiamento Ampliado), recuando nas intenções que tinham sido transmitidas meses antes, em Abril.

Foi nesse mês que o FMI anunciou que Angola solicitou um programa de assistência para os três anos seguintes, cujos termos foram debatidos nas reuniões de Primavera, em Washington.

Antes do recuo angolano, motivado pela subida do preço do petróleo, avançou-se que o apoio financeiro do FMI a Angola poderia chegar aos 4,5 mil milhões de dólares, a três anos.