Segundo os analistas, "Angola não explicou as suas razões" para o recuo no pedido de assistência ao FMI, mas o facto de ter recusado o Programa de Financiamento Ampliado [EFF, no original em inglês] deve ser entendido como revelador da "resistência do Governo à transparência que acompanha a permissão de mais intervenção externa na sua economia".

Debruçando-se especificamente sobre a recente visita de uma missão do FMI a Angola, os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist assinalam que estas reuniões ocorreram após "várias mudanças governamentais, com um novo governador do banco central e um novo ministro das Finanças", e já depois de o Governo ter decidido "não continuar com o pedido de ajuda financeira, que teria permitido um encaixe de 4,5 mil milhões de dólares".

Para os especialistas da Economist Intelligence Unit, este desfecho foi inesperado e mal recebido pelos investidores.

Na óptica do Governo angolano o recuo explica-se pela ligeira melhoria do preço do petróleo: o Ministério das Finanças explicou que o pedido de assistência (Extended Fund Facility - EFF) ao FMI foi feito numa altura em que a cotação do barril de crude atingiu "níveis muito baixos", chegando mesmo aos 28 dólares em Janeiro, quando em Julho, mês da recusa, rondava os 50 dólares.