O reforço do sector financeiro é uma das recomendações do FMI a Angola, meta que os especialistas consideram estar à distância do reforço dos "quadros de supervisão bancária" e das medidas de Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo, bem como do encerramento ou recapitalização dos bancos mais fracos.

De acordo com os especialistas, que antecipam um crescimento da economia de 1,3% em 2017 - contra os 2,1% de subida previstos pelo Governo -, além de fortalecer as instituições financeiras, o país deve tentar reduzir o défice das contas públicas para 2,25% do PIB e promover o papel dos privados na reconstrução das infra-estruturas nacionais.

Angola deve "almejar um défice orçamental global para 2017 inferior a 2,25% do PIB, em consonância com uma melhoria do saldo orçamental primário não petrolífero de 1% do PIB", lê-se no capítulo das Principais Recomendações de Política, divulgadas hoje em Washington num pacote de documentos sobre a economia do país, ao abrigo do artigo IV, que analisa anualmente a economia dos membros do Fundo.

O documento reconhece contudo os esforços das autoridades angolanos para reduzir o impacto da crise no sector petrolífero, apontando a "melhoria de 18% do PIB no saldo orçamental primário não petrolífero em 2015-16, alcançada principalmente através da implementação de cortes dos gastos, incluindo a eliminação de subsídios ao combustível".

No entanto, segundo observam os peritos, o desafio da diversificação da economia continua por cumprir, num processo em que a melhoria do ambiente de negócios e o reforço do papel do sector privado na reconstrução.