O Ministério dos Transportes (MINTRANS), por via da Agência Reguladora de Carga e Certificação Logística de Angola (ARCCLA), e o Governo dos Países Baixos (Holanda), através do consórcio Flying Swans, lançaram, hoje, na província do Huambo, a primeira pedra para a construção da Plataforma Logística da Caála, para armazenamento, conservação e escoamento de produtos de vários sectores.

Localizada na comuna da Calenga, município da Caála, a operacionalização de serviços da infra-estrutura está prevista para o início de 2025, tendo uma capacidade de movimentação de carga estimada em mais de 250 mil toneladas/ano, conforme avançou o ministro dos Transportes, Ricardo D"Abreu.

"No primeiro ano de funcionamento, a Plataforma Logística vai receber entre 250 a 300 mil toneladas diversas, um volume que em dez anos pode ascender aos milhões de toneladas", garantiu o número um do MINTRANS.

Dentro dos objectivos desse projecto, como avançou Ricardo D"Abreu, o Governo quer diversificar a economia, substituir as importações de bens básicos de consumo pela produção local e potenciar os pequenos negócios.

Por sua vez, o embaixador dos Países Baixos em Angola, Tsjeard Hoekstra, avançou que o investimento para a materialização da Plataforma da Caála está avaliado em mais de 60 milhões de euros, sendo que a primeira fase está orçada em 15 milhões de euros.

O diplomata apontou o poder da Holanda no sector logístico e agrícola como sendo factores preponderantes para ajudar a alavancar a agro-indústria em angolana.

"Na Holanda estamos muito fortes na logística e na agricultura. A plataforma logística vai ajudar ao desenvolvimento agrícola. Com os agricultores no Huambo vamos desenvolver o sector das frutas para poder exportar frutas tropicais desta plataforma logística através de uma cadeia fria até à Europa", garantiu.

21 plataformas logísticas vão custar mais de 445 milhões de dólares

O Governo traçou como meta a construção de 21 plataformas logísticas até 2038, de modo a criar uma "verdadeira rede nacional de plataforma logística em todo território nacional".

Ricardo D" Abreu informou que o montante para implementação deste projecto está estimado em mais de 445 milhões de dólares, garantindo que será levado a cabo através de parcerias público-privadas (PPP).

O dirigente considerou o projecto "arrojado", mas "muito necessário", assegurando que "as plataformas logísticas vão revitalizar o sistema produtivo e contribuir para o crescimento equilibrado de Angola, maximizando as valências, as potencialidades, recursos naturais e humanos de cada uma das nossas províncias".

Das 21 plataformas a serem erguidas, o Governo definiu seis como prioritárias por estarem em zonas estratégicas, nomeadamente do Luau, Moxico, do Lombe, em Malanje, Arimba, na Huíla, Luvo e Soyo, no Zaire, e da Caála, no Huambo.